Como abrir uma conta digital?

Existem milhões dessas contas no país. Saiba como funcionam e quais são os principais benefícios e riscos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A promessa de custos menores tem sido um grande atrativo para as contas digitais no Brasil. Os números mais recentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indicam que existem quase 3 milhões de contas 100% digitais no país, contando as principais instituições financeiras. Considerando todo o mercado, o número é certamente muito maior: só o Nubank, uma das fintechs mais conhecidas do país, contabiliza mais de 4 milhões de contas digitais abertas.

O que são contas digitais?

Primeiro, é preciso entender as suas particularidades. Tecnicamente, contas digitais como a Nuconta, do Nubank, são chamadas de “contas de pagamento”. Elas podem ser oferecidas tanto por instituições financeiras, como os bancos tradicionais, quando por instituições de pagamento, que são um formato simplificado adotado por várias fintechs. Por meio de uma conta de pagamento, é possível realizar compras, pagamentos e transferências. Na prática, são muito parecidas com as contas correntes comuns. A principal diferença está nos bastidores.

Uma parcela considerável do dinheiro que as pessoas mantêm em uma conta corrente é utilizada pelos bancos para conceder empréstimos a outras pessoas ou empresas. É com esse giro que as instituições financeiras obtêm ganho. No caso de uma conta de pagamento, movimentações desse tipo não são permitidas. Os recursos ficam separados do patrimônio das instituições e só podem ser aplicados em títulos públicos federais – e nunca emprestados a terceiros.

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É por isso que mesmo não contando com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – espécie de “seguro” que devolve até R$ 250 mil para os correntistas em caso de quebra da instituição financeira – o risco das contas de pagamento é considerado baixo.

Mas existem também bancos que oferecem contas digitais, como o Inter. Alguns optam por enquadrá-los como “conta de serviços essenciais”, uma modalidade regulamentada em 2010 pelo Banco Central. Nesse tipo de conta, os bancos precisam oferecer um pacote básico de serviços, isentando o cliente de muitas tarifas. Em contrapartida, ela só pode ser movimentada por meios eletrônicos (internet ou caixa eletrônico).

Vantagens de ter uma conta digital

Como são mantidas por instituições que normalmente não possuem uma estrutura de agências físicas, os custos operacionais de uma conta digital são mais baixos. Por isso, muitas fintechs conseguem oferecê-las sem cobrar taxas de manutenção ou de transferência de recursos, por exemplo.

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Algumas chegam a oferecer remuneração semelhante à da caderneta de poupança para os recursos mantidos na conta. Por outro lado, elas podem cobrar tarifas por serviços que usualmente são gratuitos nos bancos tradicionais, como saques.

Outra vantagem é a simplicidade e a facilidade para manusear uma conta digital. A movimentação é toda feita por meio de aplicativos ou sites na internet.

Mas atenção: se a conta digital for uma conta de pagamento, há algumas limitações. A soma dos depósitos mensais feitos nela não pode ultrapassar R$ 5 mil, assim como o saldo da conta – que nunca pode ficar em um patamar superior a esse.

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Como abrir uma conta digital

O processo de abertura de uma conta digital costuma ser mais simples do que o de uma conta convencional. Isso porque em geral elas não incluem talão de cheque nem linhas de crédito pessoal.

Normalmente as instituições solicitam alguns dados pessoais, como nome e CPF, para fazer uma análise cadastral. Algumas também podem pedir o envio de documentos (cópias escaneadas ou fotos na maioria dos casos).

O que é imprescindível para movimentar uma conta digital é ter um smartphone e acesso à internet, já que todo o relacionamento com a instituição é feito por meios online.

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Algumas instituições que oferecem conta digital

Nubank – mais popular das contas digitais, a Nuconta é isenta de tarifas de manutenção. O usuário tem acesso à função débito e pode sacar os recursos na rede Banco24horas – a um custo de R$ 6,50 por saque. Os depósitos são feitos por meio de boletos e a transferência de dinheiro para outras instituições (TED) não tem custo.

Banco Inter – o antigo banco Intermedium se notabilizou ao apostar no segmento de contas digitais. Ele oferece conta sem tarifas de manutenção, nem para realização de TED ou de pagamentos. Os saques na rede Banco24horas também são gratuitos e o banco permite tanto o depósito de dinheiro por boleto, quanto de cheques por imagem (com o envio de foto do cheque para o banco).

Neon – a conta digital do banco Neon tem algumas semelhanças com as dos concorrentes. Além de não haver tarifa de manutenção, os primeiros serviços realizados no mês – saque, transferência e depósito – são gratuitos. A partir do segundo uso, no entanto, há a cobrança de taxas.

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Original – o banco Original tem uma abordagem diferente para sua conta digital. Lá, o cliente paga uma tarifa mensal de R$ 12,90 e tem direito a um pacote de serviços que inclui transferências e TEDs ilimitadas, saques na rede do banco e no Banco24horas, além de extratos também ilimitados. O valor vale para o primeiro ano de relacionamento com o Original – do segundo em diante, os preços seguem uma tabela de serviços diferente.

Next – é o banco digital do Bradesco. Sua conta oferece algumas vantagens. Uma delas são os saques ilimitados nos caixas eletrônicos do Bradesco. Não há tarifa de manutenção de conta e o cliente tem direito a uma TED gratuita por mês. Há também pacotes mais elaborados, com cobrança de tarifas de manutenção entre R$ 9,95 e R$ 50 por mês.

Agibank – a conta digital do Agibank não tem tarifas de manutenção. Alguns serviços que oferece gratuitamente são limitados – como as TEDs (até quatro por mês) e os saques (até quatro na rede Banco24horas e dois nas lotéricas). É possível solicitar cartão com custo de anuidade baixo em relação às opções tradicionais: R$ 4,99 por mês.

Investimentos em contas digitais

Algumas contas digitais são remuneradas – ou seja, basta manter os recursos aplicados para receber uma rentabilidade que, em geral, fica próxima à da poupança. Em outras instituições, é possível fazer investimentos em CDBs, fundos e até em letras de crédito agrícola (LCA) e imobiliário (LCI) – mas são casos mais raros.

Em geral, as alternativas são limitadas e restritas a produtos de renda fixa. Para quem tem a intenção de investir de maneira recorrente e consistente, as contas digitais provavelmente não são a melhor alternativa. Nesse caso, escolher uma corretora online ou uma plataforma de investimentos pode ser mais vantajoso, já que há mais opções de aplicação disponíveis.

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