VW Polo é o carro mais vendido no país em junho após descontos do governo; veja ranking

Volkswagen lidera, mas Fiat tem maior número de veículos na lista dos mais vendidos

Giovanna Sutto

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Com o programa de descontos para carros populares em vigor, o modelo mais vendido no mês de junho foi o Volkswagen Polo com 9,9 mil emplacamentos, seguido pela Fiat Strada, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgados nesta terça-feira (4).

A Volkswagen está aplicando descontos de até R$ 9 mil nos seus veículos. O Polo, especificamente, recebeu descontos de até R$ 8 mil a depender da versão. Além dele, Gol, Virtus, T-Cross e Saveiro estão recebendo reduções sob a vigência do programa. Dos 15 carros mais vendidos em junho, três são da Volkswagen.

A montadora alemã é a segunda empresa que mais pediu dinheiro do subsídio do programa: R$ 100 milhões, atrás somente da Fiat, com R$ 230 milhões.

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A italiana, por sua vez, apostou forte na iniciativa do governo federal: é a montadora com mais carros beneficiados pelo programa, com 7 modelos (Strada, Mobi, Argo, Cronos, Fastback, Pulse e Fionrino) e 22 versões que se enquadram nos requisitos. O maior desconto, de R$ 12.800, foi dado para o Cronos, em sua versão de entrada. 

Mas o fato de a Strada estar no topo da lista de vendas em junho não é exatamente surpreendente porque a picape é o modelo mais vendido do país em 2023. No programa, recebeu descontos de até R$ 5 mil a depender da versão. Entre os 15 mais vendidos, cinco são da Fiat.

Chevrolet, Hyundai e Renault também aparecem na lista. Além disso, dessa seleção top 15 do mês, 12 modelos estão dentro do programa de descontos.

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As exceções são:

Confira a lista dos 15 carros (automóveis e comerciais leves) mais vendidos em junho:

Marca Modelo Emplacamentos em junho
1. VOLKSWAGEN POLO 9.949
2. FIAT STRADA 9.007
3. CHEVROLET ONIX 8.261
4. VOLKSWAGEN T-CROSS 7.264
5. FIAT MOBI 6.895
6. FIAT ARGO 6.747
7. HYUNDAI HB20 6.420
8. CHEVROLET ONIX SD 6.419
9. RENAULT KWID 5.928
10. FIAT CRONOS 4.969
11. CHEVROLET TRACKER 4.957
12. HONDA HR-V 4.810
13. VOLKSWAGEN SAVEIRO 4.638
14. HYUNDAI CRETA 4.597
15. FIAT TORO 4.411

Vendas do setor

Conforme os dados da Fenabrave, do ponto de vista do setor, as vendas de carros em junho subiram 8,61%, considerando automóveis e comerciais leves, na comparação com o mesmo mês de 2022; e 8,02% na comparação com maio deste ano, impulsionadas especialmente pelo programa de descontos para carros populares.

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A demanda pelos descontos foi tão alta que o governo federal estendeu:primeiro, a exclusividade para pessoas físicas — que vai até esta quarta-feira (5); e, depois, quando as vendas consumiram 80% do dinheiro reservado para o programa, o montante de subsídio disponível foi elevado: de R$ 500 milhões para R$ 800 milhões.

Efeitos (o programa) são temporários

Apesar do aparente sucesso ser refletido em aumento de vendas, há algumas ponderações.

O vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou que o programa de concessão de créditos tributários é temporário, até que os juros comecem a cair. Ele afirmou em entrevista que a adesão ao programa “foi enorme” e que o dinheiro acabou em cerca de quatro semanas e que por isso foi complementado.

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Além disso, especialistas alertam os consumidores sobre a compra via financiamento: a queda de juros, que deve acontecer mais para frente, é mais benéfica no bolso do que um eventual desconto, especialmente se a pessoa não tem dinheiro para comprar à vista. Por isso, o consumidor deve ficar atento.

E apesar da ampliação do programa, algumas montadoras estão suspendendo turnos e diminuindo a produção de veículos em diversas fábricas na última semana, alegando demanda fraca dos consumidores. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, minimizou os anúncios e disse eles coincidiram com uma demanda que já estava no radar do governo, por meio do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A Volkswagen foi a primeira a anunciar os descontos e também a primeira a sentir o excesso de estoque: a montadora parou completamente nesta semana a produção das fábricas de Taubaté, no interior de São Paulo, e de São José dos Pinhais, no Paraná — que já vinha funcionando em apenas um turno desde o início do mês. A unidade paranaense produz o utilitário esportivo T-Cross e a de Taubaté, o Novo Polo e o Polo Track (sucessor do Gol).

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A montadora também vai parar por dez dias, a partir de 10 de julho, a fábrica de São Bernardo do Campo (onde são produzidos o Novo Virtus, o Novo Polo, o Nivus e a picape Saveiro). Os operários dos dois turnos da planta no ABC paulista vão entrar em férias coletivas.

Em São José dos Campos (SP), metalúrgicos da General Motors (GM) aprovaram acordo do sindicato com a montadora para suspender um turno da fábrica, que produz a picape S10 e o utilitário esportivo TrailBlazer, por até dez meses.

Até 1,2 mil trabalhadores terão os contratos suspensos (layoff) enquanto o segundo turno estiver inativo. O sindicato da região diz que há um compromisso da empresa de preservar todos os empregos da fábrica durante o layoff — inclusive de quem não terá o contrato suspenso.

Descontos extras das montadoras

As montadoras já inscreveram 266 versões de 32 modelos no programa até o momento, segundo o MDIC, e estão aproveitado para anunciar reduções extras. Os “descontos patrocinados” pelo governo vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil por carro, para veículo de até R$ 120 mil, e as empresas estão aplicando descontos adicionais de até R$ 15 mil.

É o caso da Jeep, que reduziu o preço de duas versões do Renegade para entrar no programa e ganhou mais R$ 4 mil de subsídio do governo (com isso, o preço da versão Sport caiu R$ 19 mil). Outras montadoras fizeram o mesmo com outros SUVs, para se aproveitar do programa.

As empresas estão incluindo no programa até modelos fora de fabricação, como o Volkswagen Gol (que foi o carro mais vendido do país em 27 dos 40 anos em que foi produzido), e anunciando descontos em modelos que não fazem parte da medida, como a Caoa Chery, com o Tiggo 5X, e a Fiat, com a Toro (veículos que custam mais que R$ 120 mil).

Apesar de o MDIC dizer que 266 versões de 32 modelos fazem parte do programa de “descontos patrocinados”, o InfoMoney mostrou na semana passada que a tabela do governo está “inflada” e cheia de inconsistências — e que o número real de versões é bastante inferior: menos da metade do divulgado.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.