A situação em alguns dos principais aeroportos brasileiros ficou ainda mais complicada nesta quarta-feira (21). Além da greve de pilotos e comissários, que entrou no terceiro dia, problemas climáticos atrapalharam ainda mais o planejamento dos passageiros.
No aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, foram registrados 45 cancelamentos de voos e 58 atrasos, segundo a Infraero. Em Congonhas, em São Paulo, houve 34 cancelamentos e 40 atrasos, segundo a estatal. Na véspera, foram 18 atrasos e dois cancelamentos em Congonhas e 11 atrasos e cinco cancelamentos em Santos Dumont, segundo dados da Infraero.
A situação foi agravada nas duas cidades por chuvas e nebulosidade nesta quarta, segundo companhias aéreas.
Porém, além dos problemas climáticos, há uma maior adesão de tripulantes à mobilização, disse o diretor do Sindicato dos Aeronautas, Carlos Eduardo Monteiro. “Essa adesão está aumentando dia após dia. As empresas não apresentam uma nova proposta”, afirmou.
Os pilotos e comissários iniciaram, na segunda-feira (19), a greve de duas horas — das 6h às 8h — nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Galeão, Santos Dumont, Viracopos, Porto Alegre, Brasília, Confins e Fortaleza. A categoria cobra, entre outras reivindicações, reposição salarial da inflação pelo INPC e aumento real de 5%.
O que dizem as aéreas
Questionada sobre os aumentos de cancelamentos, a Latam informou que os problemas em Santos Dumont foram causados por chuvas na região e não pela greve dos aeronautas. A empresa não deu detalhes sobre outros aeroportos. A Azul disse que não comenta a greve, mas também destacou impacto do clima no terminal carioca. A Gol não respondeu a pedido de comentário.
Passageiros foram informados que o clima atrapalhou a operação dos voos em Santos Dumont. “É difícil acreditar nessa versão. Estou tendo problemas desde Porto Alegre; agora me ofereceram um voo para ir para Porto Seguro (BA) e depois para eu ir com minha família para nosso destino final que é Confins (MG)”, disse o empresário Antônio Borges, que viaja de férias com parentes.
No aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão), também no Rio de Janeiro, a concessionária RIOgaleão disse pela manhã que foram registrado quatro atrasos, todos em função da greve.
Em Brasília, a concessionária Inframerica disse que o mau tempo na região Sudeste e a paralisação dos pilotos e comissários causaram 21 atrasos. A empresa também informou três cancelamentos nesta manhã, mas disse se essas ocorrências foram consequência das condições climáticas.
O Sindicato dos Aeronautas afirmou que aguarda uma nova proposta das empresas para decidir os rumos da mobilização.
As empresas aéreas vem elevando os preços de passagens há meses, atribuindo o efeito à alta demanda dos consumidores, que segue em alta, e aumento de custos com itens como combustível.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) afirmou que as empresas estão com custos pressionados por conta da pandemia, da desvalorização do real frente ao dólar e do conflito entre Rússia e Ucrânia, resultando no aumento do preço do petróleo e, por consequência, do querosene de aviação.
A GRU Airport, que opera o aeroporto de Guarulhos, o maior do país, informou no final da manhã que 4 voos operaram com atraso e 1 foi cancelado devido à paralisação de pilotos e comissários.
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