Brasil pode ter crise energética em 2009, alerta especialista

Para ex-presidente da Eletrobrás, o Brasil precisa aproveitar seu potencial hidrelétrico e investir em gás natural

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Brasil precisa investir no setor elétrico, ou pode sofrer com a falta de energia já em 2009. A avaliação é de Luiz Pinguelli Rosa, coordenador de pós-graduação em Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

Para o físico, o governo deve aproveitar o potencial hidrelétrico do País e destinar parte de seus gastos na produção de gás para não depender excessivamente das chuvas.

Brasil precisa de chuva

Ele acredita que se a economia brasileira apresentar um bom desempenho e a chuva for “generosa” até lá, será possível chegar ao ano de 2010 sem sobressaltos, “mas isso é contar só com a sorte”.

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Para Pinguelli, a interrupção das privatizações foi boa para o avanço do setor energético. “No lugar de estimular, estavam inibindo os investimentos”, afirmou. Mesmo assim, ele disse que a Eletrobrás (presidido por ele no início do governo Lula) não tem liberdade empresarial para usar seus recursos.

Gás Natural deve ser complemento

Em sua avaliação, o Brasil precisa aproveitar seu potencial hidrelétrico para gerar energia mais barata e se tornar independe das variações do mercado internacional, mas também defendeu investimentos em gás natural.

Ele acredita que a recente crise de gás não tem relação com a Bolívia, mas com as poucas usinas termelétricas, a forma desordenada com que foram instaladas e o pouco gás disponível. “Caso seja necessário ligá-las (as hidrelétricas) não há gás natural”, alertou.

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Para o professor, essa fonte de energia deve ser apenas complementar o setor hidrelétrico. “Elas têm que ficar desligadas”, sugere. “Os contratos existentes hoje (com a Bolívia) são de pagar o gás natural o tempo todo, mesmo que não use”.

Angra III

Quanto à energia nuclear, Pinguelli disse que a discussão está restrita à construção ou não da usina Angra III. “Eu não daria prioridade à Angra III e sim à hidroeletricidade”, afirmou.

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