Bezos critica pedido de Biden para que postos de gasolina reduzam preços

Esta não é a primeira vez que fundador da Amazon critica a política econômica norte-americana

Estadão Conteúdo

Jeff Bezos
Jeff Bezos

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O fundador da Amazon, Jeff Bezos, criticou Joe Biden por pressionar as empresas de postos de gasolina a reduzirem “imediatamente” seus preços na bomba, acusando o presidente dos Estados Unidos de “desorientação” ou de “um profundo mal-entendido” sobre as forças de mercado que levaram à alta do combustível.

O pedido de Biden foi publicado pelo Twitter: “este é um tempo de guerra e perigo global. Baixe o preço que você está cobrando na bomba para refletir o custo que você está pagando pelo produto. E faça isso agora”, postou o presidente norte-americano.

Em resposta ao final do dia, também pelo no Twitter, Bezos escreveu que “a inflação é um problema muito importante para a Casa Branca continuar fazendo declarações como essa. Ou é um direcionamento errado direto ou um profundo mal-entendido da dinâmica básica do mercado”.

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A Casa Branca rebateu neste domingo (3) as críticas de Bezos. “Os preços do petróleo caíram cerca de US$ 15 (o barril) no mês passado, mas os preços nas bombas mal caíram. Isso não é ‘dinâmica básica de mercado’. É um mercado que está falhando com o consumidor americano”, escreveu a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, no Twitter.

“Obviamente, fazemos uma grande exceção à ideia de que isso é de alguma forma um direcionamento errado”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, à Fox News. “O presidente está trabalhando muito duro em muitas frentes para tentar reduzir esse preço”, disse Kirby.

Esta não é a primeira vez que Bezos critica a política econômica conduzida por Biden, dizendo que o presidente norte-americano “estava errado ao tentar vincular a estrutura tributária corporativa ao aumento da inflação”. “Juntar os dois é apenas um desorientação”, tuitou o fundador da Amazon.

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Outros líderes empresariais e CEOs expressaram preocupação com a economia nos últimos meses. O presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, alertou para a formação de um “furacão” econômico. Na mesma linha, o presidente da Tesla, Elon Musk, sugeriu em maio que a economia estava caminhando para a recessão e anunciou no mês passado que a montadora elétrica planejava cortar cerca de 10% de seus empregos assalariados.

Questionado na época sobre a terrível avaliação econômica de Musk, o Biden apontou os planos da Ford e da Intel para aumentar suas contratações. “Muita sorte em sua viagem à lua”, disse o presidente.

Preço em níveis recordes

Os preços do gás nos EUA atingiram níveis recordes neste ano e os motoristas estão sentindo o fardo econômico. O preço médio nacional de um galão de gás normal era de US$ 4,81 neste domingo, cerca de US$ 1,70 mais alto do que há um ano.

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O aumento da gasolina tornou-se um desafio significativo para o governo Biden. O presidente propôs no mês passado que o Congresso suspendesse os impostos federais sobre gasolina e diesel por três meses, na esperança de aliviar a dor dos EUA. Mas poucos legisladores apoiam a chamada isenção de impostos sobre o gás, que segundo economistas faria pouco para aliviar os preços de qualquer maneira.

Biden também pressionou os países do Grupo dos Sete para impor um limite às exportações de petróleo russo. A inflação atingiu 8,6% em maio, marcando seu ritmo mais rápido desde dezembro de 1981, informou o Departamento do Trabalho no mês passado.

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