As cidades mais pacíficas e mais violentas do Brasil em 2017

Homens jovens e negros são principais vítimas; 2% das cidades concentram metade dos homicídios

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Jovens e negros são as principais vítimas de homicídios no país, de acordo com o Atlas da Violência 2017, publicado nesta segunda-feira, 5 de junho, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo analisa números e taxas de homicídio no país entre 2005 e 2015 e detalha os dados por regiões, Unidades da Federação e municípios com mais de 100 mil habitantes.

Mais de 92% dos homicídios têm como vítimas homens jovens. A cada 100 pessoas assassinadas no país inteiro, 71 são negras. Já descontando o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência, negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças.

No período de recolhimento dos dados, apenas 2% dos municípios brasileiros, casa de 19,2% da população brasileira, continham metade dos casos de homicídio. Concentram 76,5% dos casos apenas 10% dos municípios.

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Entre os 30 municípios mais violentos do país, considerando mortes por agressão (homicídio) e mortes violentas por causa indeterminada (MVCI), 22 estão nas regiões Norte e Nordeste.

Altamira, no Pará, lidera a lista dos municípios mais violentos, com uma taxa de homicídio somada a MVCI de 107. Em seguida, aparecem Lauro de Freitas, na Bahia (97,7); Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe (96,4); São José de Ribamar, no Maranhão (96,4); e Simões Filho, também na Bahia (92,3). Confira a lista:

O sudeste, por sua vez, lidera a lista oposta, dos municípios mais pacíficos. Entre os 30, 24 estão nesta região.

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As menores taxas de violência ficaram com Jaraguá do Sul (3,7) e Brusque (4,1), ambos em Santa Catarina. Em seguida, aparecem Americana (4,8) e Jaú (6,3), ambos em São Paulo, Araxá, em Minas Gerais (6,8), e Botucatu (7,2), também em São Paulo. Confira:

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney