Apple pode ter seus dias de maior contados; “o que mais pode dar certo?”

Embora o iPhone 6 seja um sucesso sem precedentes, batendo vários recordes de vendas, alguns números já apontam para uma vida nada fácil para a Apple nos próximos meses

Felipe Moreno

Publicidade

SÃO PAULO – Desde a morte de Steve Jobs, não foram poucos os que anunciaram que a Apple teria um desempenho negativo. Mas em momento algum, até agora, isso aconteceu – mas agora alguém começou a acreditar no “turning point” para a empresa de tecnologia. 

Michael Blair, colunista do Seeking Alpha, afirma que a grande pergunta sobre a Apple não é “o que pode dar errado?” – que seria a mais óbvia a ser feita -, e sim, “o que mais pode dar certo?”. Na visão dele, no momento não é muita coisa.

Embora o iPhone 6 seja um sucesso sem precedentes, batendo vários recordes de vendas, alguns números já apontam para uma vida nada fácil para a Apple nos próximos meses. O fato do iPhone 6 Plus ser um “phlabet” o coloca em um novo mercado, mas prejudica as vendas do iPad – quem tem um, não precisa do outro. 

Continua depois da publicidade

Além disso, o tablet da Apple sofre com a competição tanto dos Surfaces da Microsoft, tanto quanto de aparelhos com Android. No setor de educação, os Chromebooks estão com um desempenho cada vez melhor, enquanto o Surface Pro 3 está cada vez mais forte no mundo corporativo. 

Com isso, a Apple fica cada vez mais dependente do iPhone, um único produto. Tudo bem já que ele é um enorme sucesso, certo? Na visão de Blair, errado. Mais de 80% dos compradores de iPhone 6 já eram clientes da Apple, enquanto no iPhone 5S, o perfil não era tanto de “substituição”.  

Os iPhones antigos são passados, revendidos – um mercado cada vez maior -, mas basicamente quem compra um aparelho novo atualmente é um cliente antigo. E o fato do iPhone 6 ser maior, causa um problema para a empresa: pesquisas das empresas de telefonia apontam que esse tipo de aparelho tem ciclos de reposição maiores do que os de tela menor. 

Continua depois da publicidade

Se esses iPhones tiverem ciclos maiores, a Apple será fortemente impactada por uma queda de demanda nos próximos anos. Ele faz uma conta: se o ciclo passar de quatro para seis trimestres para a troca do celular, a demanda anual cai de 200 milhões de unidades para 160 milhões. Sem nada que compense essa queda, a empresa se enfraquecerá. 

Por mais que a empresa tenha lançado um novo aparelho, o Apple Watch, é improvável que ele seja o salvador da lavoura – nenhum smartwatch chegou a fazer sucesso até agora. Nem a Apple TV tem vendido o suficiente para chegar próximo de ajudar a companhia. 

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.