Após um ano, interatividade e preço ainda são empecilhos à expansão da TV Digital

Juntamente com eles estão a falta de conhecimento dos usuários, dificuldades de cobertura e quantidade limitada de programas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Nesta terça-feira, a TV Digital completa um ano de operações no Brasil. A primeira transmissão de sinais com alta definição foi registrada na capital paulista, no dia 2 de dezembro de 2007.

Parecia um sonho a ser realizado, como em 1962, quando a TV a cores chegava ao país. Porém, esta nova tecnologia tão anunciada não atingiu a quantidade de adesão que se esperava inicialmente.

Entre alguns dos problemas que contribuíram para tal situação, destacam-se: o preço dos conversores, as dificuldades de cobertura e a quantidade limitada de programas.

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Custos muito altos

O preço dos conversores se mostrou um desafio para a popularização da TV Digital. Para se ter uma idéia, os sex-top-boxes tiveram preço médio avaliado entre R$ 700 e R$ 800.

Porém, em agosto, de acordo com boletim da consultoria Teleco, o governo iniciou seu apoio a fabricante de eletroeletrônicos Proview, a fim de baratear os conversores para a faixa de R$ 199 até R$ 299.

Na última sexta-feira (28), o ministro das Comunicações, Hélio Costa, voltou a afirmar que a redução do preço do equipamento é necessária à expansão da tecnologia de TV Digital.

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“Acho que o próprio governo tem espaço para reduzir impostos na área federal. Se conseguíssemos tirar o PIS e a Cofins, já teríamos aí um desconto básico de 30% no preço do conversor”, revelou o ministro.

Desafios da acessibilidade

Mas os desafios a serem superados por essa tecnologia não param por aí. Em entrevista concedida no começo de novembro, o vice-presidente do Fórum SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital), Móris Arditi, citou outros seis.

São eles: falta de conhecimento dos usuários, falta de treino para os lojistas, instaladores e antenistas, expansão da cobertura no território nacional, e também internacionalmente, e efetivação da interatividade.

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Arditi explica que esta é uma tecnologia nova, ainda cara, penosa e lenta, mas que, com o tempo, isso vai mudar. Assim como o celular e o aparelho DVD tiveram dificuldades e preços altos no princípio, futuramente a TV Digital será acessível a todos.

A tendência é que os televisores venham com set-top box embutido. “No futuro, os televisores serão digitais, como todos hoje são coloridos e não se encontra mais o preto e branco”, avalia o vice-presidente.

Benefícios

Entre os principais atrativos da TV Digital, continuam figurando a alta definição da imagem e do som.

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Já a interatividade, que permitirá ao telespectador o acesso ao guia eletrônico de programação, seleção de câmeras e informações, venda e comércio eletrônico, transação financeira, entre outros recursos, ainda não está disponível.

Isso porque o sistema Ginga, que permite a interatividade, ainda está em fase de especificação. O problema é que a demora na implementação afetará consumidores que já adquiriram o conversor, já que esses equipamentos ainda não possuem o software embutido.

Transação financeira pelo controle remoto?

Assim como aconteceu com os aparelhos celulares, que hoje, além de fazerem chamadas, servem para fotografar, filmar, ouvir música, entre outras funcionalidades, a TV Digital também não servirá apenas para exibir imagens em alta qualidade.

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A maior curiosidade nesse sentido é a possibilidade de acessar o banco por meio da TV digital. Entre algumas entidades que já anunciaram adesão à tecnologia HandBank, estão o Lemon Bank, único banco privado brasileiro a atuar exclusivamente com correspondentes, e o Banco do Brasil.

Por meio dessa tecnologia, os clientes poderão realizar pagamento de contas, saldo, extrato e recarga de celular por meio do controle remoto. Basta aguardar até meados de 2009, data prometida para início do funcionamento do sistema Ginga.

Área de cobertura

Atualmente, a TV Digital está em operação nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre. A previsão é que, até o fim do ano, Salvador também passe a contar com programação em alta resolução.

Além disso, no último 6 de novembro, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) autorizou a RBS, filiada à Rede Globo, a realizar experimentos de transmissão de sinais digitais em Florianópolis.

De acordo com o levantamento feito pelo Fórum SBTVD e divulgado pela Teleco, a cobertura deverá fechar 2008 atendendo cerca de 40 milhões de habitantes (o levantamento teve como base o cronograma de implantação e os dados do IBGE sobre a população).

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