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Por Cynara Bastos*
Os desafios contemporâneos são cada vez mais complexos, e as mudanças, velozes e constantes, pois o que aprendemos no passado começa a ter pouca aplicabilidade no presente. Neste contexto, organizações e pessoas precisam estar à vontade com as mudanças, tendo, assim, coragem de correr riscos, aprender e propor novas soluções.
Frequentemente, nós nos deparamos com situações e experiências inesperadas, cujas causas desconhecemos ou não podemos prever. Certa vez, ao entrevistar um grande alpinista, ele me disse: “Temos de ter respeito ao mistério”. Isso é, realmente, fundamental. Neste caso, ele se referia a cada desafio que a escalada colocava ao alpinista. Uma ideia totalmente aplicável quando pensamos em gestão de pessoas ou negócios, num mundo tão complexo, mutante e veloz que temos vivido. Vejam o caso da pandemia de covid-19. Quem estava preparado para todos estes desafios?
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Precisamos admitir, como líderes e pessoas, que não temos todas as respostas, sabendo também dar crédito a outras vozes e ideias. Inclusive, elas só florescem quando há um ambiente onde discordar seja permitido, além de opiniões e soluções diferentes serem valorizadas.
Não é segredo que a confiança é um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento de times e projetos, pois as organizações prosperam, significativamente, quando há confianças interna e externa. Entretanto, existe algo a mais nos ambientes psicologicamente seguros.
As mudanças trazem receio e medo de errar – não aprendemos a descolar o erro do medo. Para melhorar e encorajar a comunicação verdadeira, criar ambientes onde as pessoas corram riscos interpessoais – dizendo o que pensam, admitam o erro, demonstrem que precisam de ajuda e auxiliem aquele que errou ou que começou agora –, é preciso que exista a segurança psicológica.
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Estudos indicam que até as equipes de alto desempenho precisam de ambientes psicologicamente seguros. Desta forma, elas terão a franqueza empática e as possibilidades do erro e do aprendizado com estas experiências. Também terão segurança para demostrar suas fragilidades e seus temores, pois sabem que não estão sozinhas, e os riscos são tomados de forma coletiva.
Fica claro que o ambiente psicologicamente seguro não é apenas um local de confiança, mas especialmente nos quais as vozes sejam ouvidas e valorizadas, porque não há medo de errar e de expor ideias e vulnerabilidades. As pessoas podem se relacionar de forma madura, autêntica e com foco no aprendizado, nas soluções e na evolução.
*Cynara Bastos é psicóloga, especialista em gestão estratégica de pessoas e supervisora de Carreiras do Ibmec SP.