Publicidade
As novas tecnologias aplicadas à indústria não apenas impactarão a produção de bens como também afetarão diversos aspectos das relações humanas, de acordo com o chefe de Estudos de Ciência e Tecnologia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Thomas Philbeck.
Em entrevista ao UM BRASIL, Philbeck diz que o mundo está vivendo a chamada “quarta Revolução Industrial“, “um novo capítulo do desenvolvimento humano que vem sendo impulsionado por tecnologias extraordinárias que não impactam apenas a indústria ou a economia, mas todos os aspectos de nossas vidas.”
O que diferencia essa nova etapa de desenvolvimento industrial das anteriores, segundo o filósofo PhD em Humanidades Interdisciplinares na Universidade Estadual da Flórida, é a sua capacidade de criar “tecnologias de escala global que afetarão a todos”.
Continua depois da publicidade
De acordo com ele, o avanço tecnológico permite até mesmo que o homem pense em meios de construir um futuro planejado. “Com essas novas tecnologias que são tão penetrantes, nós mudaremos a forma como pensamos sobre o ser humano e o que significa ser humano. Temos mais oportunidades e possibilidades agora do que jamais tivemos”, comenta.
Para Philbeck, as empresas de tecnologia de países desenvolvidos saem na frente no início da quarta Revolução Industrial, mas não significa que serão o único grupo a se beneficiar desse período. “Se formos considerar os chamados ‘perdedores’ deste jogo, talvez não haja tantos perdedores como imaginamos, e isso vai depender de como esta revolução vai acontecer, uma vez que, quando olhamos para nações em desenvolvimento e nações desenvolvidas, muitas vezes aquilo que é visto como desafios e obstáculos nas nações desenvolvidas são, na verdade, oportunidades para os países em desenvolvimento”, avalia.
O chefe de Estudos de Ciência e Tecnologia do Fórum Econômico Mundial não descarta que a quarta Revolução Industrial causará um impacto significativo no mercado de trabalho, remodelando diversas atividades realizadas hoje. Contudo, ressalta que nem tudo será substituído, e novas oportunidades devem surgir.
Continua depois da publicidade
“Acho que as profissões conectadas com a inteligência emocional vão predominar no futuro. Não porque os robôs vão dominar outras áreas, mas porque quanto menor for o número de empregos que exigem trabalho repetitivo, o tipo de trabalho onde as pessoas sentem que estão desperdiçando tempo, onde elas não se sentem realizadas, mais tempo as pessoas terão para envolver outras pessoas para fazer algo que realmente gostem, para fazer algo que seja recompensador”, afirma.