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Intenção inicialmente ventilada no governo Dilma, o Brasil solicitou formalmente o ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2017, no governo Temer. A adesão, contudo, depende de um alinhamento do País às diretrizes do grupo, atualmente composto por 38 nações e popularmente conhecido como “clube dos países ricos”. Ainda que o cumprimento de todos os requisitos seja trabalhoso, tanto o Brasil quer entrar para a OCDE quanto é desejo da organização que o País faça parte dela.
“Há poucas coisas que eu, como membro da OCDE, desejaria mais do que ver o Brasil lá”, afirma Álvaro Pereira, diretor de Estudos de Países do Departamento de Economia do organismo multilateral, em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP. “Estou esperançoso de que isso possa acontecer nos próximos anos”, complementa.
Na conversa, realizada em parceria com o Columbia Global Centers | Rio de Janeiro e o Center on a Global Economic Governance, ambos braços da Universidade Columbia, em Nova York – fruto do evento Mudança do Papel do Estado: o Brasil na Perspectiva Global –, Pereira destaca que a admissão do Brasil depende da aprovação de 23 comitês internos da OCDE. Ele também diz que as portas devem se abrir se o País mantiver o que classifica de “atitude reformista”.
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“O lugar do Brasil, não tenho dúvidas sobre isso, é na OCDE, uma organização que pensa reformas e quer reformar o mundo. O País vai ser um dos mais poderosos e importantes dentro da organização”, reitera Pereira, também ex-ministro da Economia e do Emprego de Portugal (2011-2013).
O diretor da OCDE explica que a organização se notabiliza por compartilhar entre os países-membros conhecimento a respeito das melhores práticas para a realização de reformas e para a manutenção do equilíbrio macroeconômico.
Especificamente sobre o Brasil, ele diz que as reformas realizadas nos últimos anos – Trabalhista, da Previdência e Fiscal (Teto de Gastos) – ainda vão trazer efeitos positivos, mas, para crescer de forma sustentável após a pandemia, o País precisa se abrir ao comércio internacional, reduzir a burocracia sobre o empreendedorismo e investir na economia verde.
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“As barreiras ao empreendedorismo no Brasil ainda são altíssimas. Criar um negócio no País ainda é demasiadamente burocrático. São esses tipos de reformas que, na recuperação, podem ajudar muito”, indica Pereira.
“Se o Brasil se abrir [ao comércio internacional], não vai só crescer muito mais, mas vai aumentar a sua importância no mundo de uma forma avassaladora”, assegura.