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O início da vida profissional é um período marcado por muitos desafios, incertezas e ansiedade. Após tantos anos trabalhando com educação financeira e observando o comportamento humano na lida com o dinheiro, percebo que nesses primeiros anos no mercado de trabalho são pouquíssimas as pessoas que se dedicam a guardar e investir uma parte da renda.
A maioria só começará a se preocupar em investir depois dos 30 anos. E mesmo assim, ainda são poucos. Segundo dados da Anbima, apenas 21% dos brasileiros se preparam para a aposentadoria.
Eu mesmo só conheci a educação financeira e comecei a me preparar perto dos 30 anos de idade. Como já contei em palestras e nesse TEDx, me endividei no início da minha vida profissional e fiquei um bom tempo para me recuperar.
É só nos dias de hoje que percebo o quanto poderia ter feito se tivesse passado por algum treinamento de educação financeira nos meus primeiros anos de carreira, por exemplo. Se desde meu primeiro salário tivesse guardado ao menos 10%, quanto hoje eu teria? Você já se fez essa pergunta?
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Eu não ouso fazer essa conta, mas certamente teria sido um pequeno esforço para um grande resultado.
Nesse texto vou trazer algumas dicas simples sobre dinheiro que eu gostaria de ter recebido no Ensino Médio ou na faculdade. Se você está nessa faixa etária, use esse conhecimento para desenvolver bom hábitos financeiros e tomar boas decisões com o seu dinheiro, de modo que ele se torne uma força positiva em sua vida.
Se você é pai ou mãe, leve esse conhecimento para os seus filhos o quanto antes.
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1. O significado do dinheiro.
O dinheiro não é bom e nem é mau. Ele é apenas uma unidade de troca, muito eficiente por sinal, que permite que você compre o que precisa e o que deseja. Quaisquer crenças limitantes sobre dinheiro (como “pessoas ricas são más”) não são verdades, mas apenas afirmações de outras pessoas que você se conectou na sua infância. São crenças inconscientes e atrapalham de maneira prática como você lida com o dinheiro.
Preocupar-se com dinheiro é normal e saudável, porque é muito importante. Mas não se preocupe tanto a ponto que isso controle, defina ou domine a sua vida.
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2. Não se compare e apenas faça a sua parte.
Não julgue o seu sucesso e valor como ser humano pela quantidade de dinheiro que você ganha, gasta ou acumula em comparação com os outros. Sempre haverá alguém que tem mais do que você e o que você vê nas redes sociais nem sempre é a verdade.
Desenvolva bons hábitos financeiros desde sempre. A maneira como você administra o seu dinheiro nos primeiros 10 anos da sua vida adulta formará a base do seu relacionamento com ele pelo resto da vida.
Entenda o que você pode e não pode controlar. Você não pode controlar a economia, a inflação, o mercado de ações ou as ações de outras pessoas. Mas você pode controlar seus gastos, as suas escolhas de trabalho e quem você tem como amigos.
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Aprenda a assumir total responsabilidade pelas consequências das suas decisões financeiras.
3. Desafios e oportunidades de dinheiro.
Se você tem hoje por volta de 20 anos de idade, você provavelmente terá uma vida muito longa, perto dos 100 anos.
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Portanto, você terá que economizar mais para acumular o suficiente para financiar a sua vida quando parar de trabalhar. Você pode até querer trabalhar aos 90 anos, mas depender de um trabalho para viver, eu tenho certeza que você não quer.
A boa notícia é que você terá uma vida útil mais longa para economizar e investir para acumular seu patrimônio. O dinheiro que você investe hoje, aos 20, vai gerar mais retorno. Economize o máximo que puder antes dos 30 e colha o poder dos juros compostos trabalhando para você.
4. Não caia na “armadilha do padrão de vida”.
É muito comum que conforme sua renda for aumentando você aumente o seu padrão de vida. O problema é quando você aumenta seu custo no mesmo patamar da sua renda. Ou seja, aumenta o valor do carro, da viagem, do restaurante, e no fim do mês você fica no zero a zero.
Esse é um grande erro. Procure sempre aumentar sua renda, mas cuide para que o seu padrão de vida aumente com menos intensidade que a sua renda. A fórmula ideal é que quanto mais renda você tiver mais consiga poupar em termos percentuais.
Nos primeiros anos de profissão aprenda a poupar todos os meses entre 10% e 20% da sua renda. Alguns anos depois quando você já tiver criado o hábito de poupar e crescido em renda, busque poupar e investir entre 30% e 40%.
5. Invista em você.
O melhor investimento que você pode fazer é em você mesmo. Invista tempo e dinheiro melhorando as suas habilidades, conhecimentos, contatos e reputação. O seu capital humano – o valor cumulativo dos seus ganhos potenciais no futuro – é provavelmente o recurso mais valioso que você possui.
6. Construa boas relações.
Atenção, pois a regra é clara – você é sim a média das 5 pessoas que você mais convive. Seja atento(a) a quem você escolhe para estar junto contigo. Se a pessoa que você escolheu como companheira ou seus melhores amigos são perdulários ou materialistas e não respeitam nem entendem o dinheiro, você provavelmente vai se comportar de maneira igual.
7. Reserva de Emergência, sempre.
Mantenha sempre uma reserva de emergência de pelo menos 6 meses do seu custo de vida. Não precisa inovar aqui, seja simples. Coloque o dinheiro em alguma aplicação de baixo risco e com liquidez diária, pois você precisará transformar o investimento em dinheiro no seu bolso rapidamente caso tenha alguma emergência. Investimentos como o Tesouro Selic, CDB DI ou Fundos de Renda Fixa DI funcionam muito bem. Escolha um ou dois investimentos e forme essa reserva nos primeiros anos de vida profissional. Acredite, você vai viver emergências financeiras e você nunca saberá quando elas vão chegar.
8. Calcule o valor da sua independência financeira e lute para conquistá-la.
Essa é uma conta simples na verdade. Pegue o valor da renda que você quer ter disponível anualmente no futuro e multiplique por 25.
Se você por exemplo quer ter R$ 5 mil reais mensais de renda sem trabalhar, serão R$60 mil por ano. Para isso você precisa acumular 60 mil vezes 25 que são R$ 1.500.000.
No início da sua vida profissional você vai enfrentar muitos desafios, mas também terá muitas oportunidades de construir sua independência financeira. Fazer boas escolhas no seu estilo de vida, usar o dinheiro com sabedoria e economizar muito nos primeiros 10 anos da sua vida profissional não será uma tarefa fácil, mas valerá a pena se você conquistar sua liberdade financeira.