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Há aproximadamente duas semanas escrevi sobre como seria o nosso mundo operacional quando a “tela cega” chegasse na bolsa brasileira, e como se fosse combinado a BM&FBOVESPA enviou um comunicado avisando que está previsto para o começo de outubro deste ano o cancelamento dos “códigos dos participantes de negociação plenos (PNPs) que executam operações em contratos derivativos referenciados em commodities (futuros, opções e operações estruturadas de
rolagem)” esses códigos “deixarão de ser divulgados por meio dos canais de difusão de dados de mercado (Market Data)”.
A dúvida de muitos: isto significa a tela ficar cega? Resposta: Sim, a partir do momento que não conseguimos mais identificar os códigos dos participantes de negociação, teremos somente espaços em branco em vez das instituições que até então apareciam nas plataformas.
Entrei em contato com o pessoal da BM&FBOVESPA responsável pelo tema em questão, ficou claro 3 pontos; 1) a tela cega será testada por 6 meses somente no mercado de commodities agrícolas, 2) tem uma grande demanda do mercado por esse movimento de ocultar os players, porém o que pode acontecer com as pequenas instituições que tem boa parte das suas receitas oriundas de operações “por ponta” é o que preocupa, 3) não tem previsão sobre quando isso irá acontecer nos ativos financeiros, ex: dólar, índice, DI.
Como havia colocado no texto anterior a este, não termos os players não irá mudar em nada a nossa leitura, será uma ferramenta a menos sim, mas com certeza, saber quem está fazendo o que no mercado é uma das últimas analises que nós operadores de fluxo fazemos, o preço é soberano e isto sempre estará bem na nossa frente. Ver o Book (lotes), Vap (Volume at Price), % (variação), Ajustes, Times & Trades, horários, etc, é mais do que suficiente para as nossas operações via Tape Reading.
Estou no mercado desde 2004, se tem algo que aprendi é que o mercado de bolsa de valores é dinâmico, e quem participa dele tem que ser também.