Correção de rota

Uma breve visita à história dos seguros populares pode mostrar porque sua comercialização não decolou.

Rafael Monsores

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Hoje, ao analisar o mercado de seguros e seu potencial de crescimento, é impossível não levar em conta a nova parcela consumidora da população. Não é por acaso, então, que o tema já é e continuará sendo recorrente por aqui. Mas seu potencial é tão grande e são tantos assuntos relativos a esse enorme contingente de pessoas, que nossa conversa não ficará repetitiva.

Hoje, por exemplo, abordo um tema que surgiu no início dos anos 2.000: os seguros populares. Órgãos reguladores, seguradoras e corretores chegaram à conclusão, juntos, que era possível tornar o seguro acessível à uma parcela maior da sociedade,  diminuindo o valor do serviço. A contrapartida seria a redução, também, de algumas coberturas assessórias. E a regulamentação desses novos produtos começou com a Circular SUSEP n°306, de 17 de novembro de 2005.

Apesar de muito importante, as primeiras tentativas foram frustradas e seus efeitos poucos significativos. Basta dizer que hoje, quase nove anos depois da circular, temos menos de 30% da frota de automóveis no Brasil, segurada. Isso em um país em que até muito pouco tempo se dizia que o carro era a paixão nacional.

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Existem inúmeros fatores que podem ser identificados como os causadores desse “fracasso” na introdução dos seguros populares. Entendo que não foi a diminuição de coberturas, mas o foco dessas novas apólices que surgiram, especialmente voltadas para danos a terceiros. Ora, o maior apelo para os novos consumidores de seguro de carro, por exemplo, é a proteção do próprio bem .

É isso o que está acontecendo agora, com algumas seguradoras criando produtos que cobrem danos por colisão ou perda total por roubo e furto. Este é apenas um exemplo, mas não é por acaso que estão sendo bem sucedidas. Porque a visão média dessa fatia da população é – não familiarizada ainda com o sentido amplo de prevenção – proteger, antes, seus próprios bens.

Esse é o grande desafio que temos pela frente: nos comunicar correta e constantemente com esses novos consumidores para realmente entender o que desejam e necessitam.

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Nos vemos na próxima sexta.

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