Quem acredita num político em campanha?

É comum criticar políticos em campanha, que fazem promessas não factíveis, mas as vezes algumas são cumpridas. Destaque da semana para inflação aqui (IPCA-15) e lá fora (PCE)

Alexandre Aagesen

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Publicidade

Nossa primeira análise de hoje é na Argentina, onde as promessas de campanha não estão sendo seguidas tão ao pé da letra assim. ¡Pragmatismo, ca**jo! Recém-eleito, ainda não empossado, Javier Milei já começa a modular um pouco seu discurso, principalmente no tocante às relações internacionais com países ditos comunistas; nomeadamente, China e Brasil, coincidentemente o maior e o segundo maior parceiros comerciais porteños. Ora, depois de eleito, como as coisas mudam – e que bom que mudam. Não precisa gostar, mas não dá para ignorar os parceiros. O que (até agora) não mudou é o discurso em relação ao fechamento do BC: inegociável! Então tá.

A outra análise não é na Xanadu de Kane, nem na Karakorum de Ogedai, mas sim na Brasília de Kubitschek. Aqui, Lula e Haddad têm cumprido com rigor o que foi prometido em campanha. Mais gastos e mais arrecadação. A pauta agora é o veto integral à desoneração de folha. Quem diria que o Partido dos Trabalhadores iria insistir em tributar mais a folha. Veto pronto para ser derrubado, mas o bode entrou na sala e, politicamente, pode ajudar a aprovar outras pautas (como a subvenção do ICMS, por exemplo).

Vale acompanhar a agenda desta semana: está cheia. Nos EUA, temos PIB, PCE, Livro Bege e discurso do Powell; na Europa, CPI, PMI e discurso da Lagarde; na China, temos alguns dados de atividade; Opep (finalmente) deve se reunir na quinta; e, por aqui, temos IPCA-15, IGPM, IPC-FIPE, IPC-S e dados de arrecadação. Temos ainda Dino no STF. Não, não é um ataque do Jurassic Park às nossas instituições, estou falando do Flávio Dino, que deve ser o próximo ministro do Supremo. E temos CDI voltando a precificar 1 dígito em maio, com expectativa de aceleração dos cortes mais ou menos quando o mercado externo começa a falar em cortes no Fomc.

Continua depois da publicidade

Ficou com alguma dúvida ou comentário? Me manda um e-mail aqui.

Tópicos relacionados

Autor avatar
Alexandre Aagesen

Com mais de 15 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", host do podcast "Mercado Aberto" e Investor na XP Investimentos