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Testamos: Toro 2.0 Turbodiesel, a picape com cara de SUV da Fiat

Andamos no carro que fez a Fiat quebrar um paradigma no Brasil: entrar em um novo segmento e, sem a menor cerimônia, pegar quase um terço do mercado para si
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras,

Por diversas vezes já mencionamos que o perfil de compra de carro do consumidor brasileiro vem mudando gradativamente.

Se antes, em um passado não tão distante, nosso mercado era caracterizado pela demanda de veículos pequenos e/ou populares (os “hatch pequenos”), a partir do ano passado, o consumidor brasileiro de carros novos passou a querer cada vez mais SUVs.

E esse passou a ser o tipo de veículo mais consumido do país.

Da mesma forma que o mercado de SUVs vem “bombando”, o segmento de picapes médias e grandes também está em ascensão.

Esse nicho de mercado dobrou de tamanho na última década: se, em 2013, 5% dos veículos novos vendidos eram desse tipo, neste ano de 2022 mais de 10% das vendas são de picapes.

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Além disso, esse aumento na participação de mercado das picapes também está atrelado ao frenesi que elas causaram ao longo dos últimos 10 anos.

Se as vendas de carros estão atualmente em uma trajetória ladeira abaixo, com uma retração de 52,5% sobre o resultado de uma década atrás (2013), as vendas das picapes médias e grandes fizeram a trajetória oposta.

Notamos que, a partir de 2016, o mercado de picapes se “descolou” do mercado em geral: enquanto um se afogava, o outro surfava.

Mas o que mudou o mercado? Quem foi o grande responsável por essa reviravolta?

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Bem, quem deu essa chacoalhada no mercado foram os “carcamanos” da Fiat.

No melhor estilo de “chegar chegando com os dois pés no peito”, a Fiat introduziu a sua nova picape Toro e, logo de cara, abocanhou mais de um quarto do mercado.

E aí, ela gerou um estrago no status quo das outras montadoras – GM e VW, que o digam!

O que mais adoramos no gráfico acima é que a Fiat conseguiu quebrar um paradigma: ela entrou em um novo segmento, dominado “quase secularmente” pelas marcas que lá habitavam e, sem a menor cerimônia, pegou quase um terço do mercado para si.

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E o que a marca italiana fez foi nada mais do que o “óbvio ululante”. A Toro não veio para ser aquele veículo de “trabalho”, mas sim um veículo de uso misto (lazer e trabalho – e, a cada dia que passa, ela é mais um carro de lazer do que de trabalho).

Com isso, a nova picape da Fiat já nasceu com todos os “paranauês” que os consumidores estão atrás, como conforto, conectividade, espaço etc.

Além disso, o mercado de picapes surfou na onda do mercado de SUVs. A indústria percebeu que fazer carros maiores (ou seja, mais caros), tende a gerar uma lucratividade maior. Soma-se a isso o fato de que o mercado de picapes médias e grandes tende a ser uma nova alternativa para o “domínio” que os SUVs estão implementando no mercado doméstico.

Com o cenário acima exposto, fomos dar aquele rolê na Toro para ver o que a picape oferece.
Existem três opções do carro: a versão de entrada 1.8 (mais simples), a versão mais potente 1.3 turbo (185 cv) e a 2.0 Turbodiesel, que possui o torque. O range de preço vai de R$ 143 mil até R$ 220 mil.

Nós testamos a versão turbodiesel.

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A primeira coisa que percebemos quando entramos na picape da Fiat, é que ela não é uma picape. Se fossemos fazer um teste “às cegas”, todo mundo diria que ela é um SUV. E dentro do carro, ela parece ser um SUV, devido ao conforto que o carro traz.

Nosso veículo era a versão com câmbio automático de nove marchas, com o maravilhoso paddle shift, que é a aquela maravilha para o pessoal que tem “pé de tijolo”, como este vil estagiário.

Também notamos a tela multimídia de mais de 10 polegadas (quase um tablet), com todas as informações possíveis.

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E aqui entra o grande destaque do veículo: um pacote de segurança com itens como alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa e mais um monte coisa que é superimportante para uma picape desse porte.

O interessante em andarmos numa picape média/grande quase travestida de SUV é o ganho de espaço no porta-malas. A Toro carrega 820 litros contra, por exemplo, 476 litros do SUV Jeep Compass.

Além disso, o que nos surpreendeu foi o consumo do carro que, conosco, fez uma média de 13 Km/l.

Outro ponto que chama a atenção na picape é a sua “cara”. Ela não tem “rosto” de picape como os seus concorrentes. Vendo de frente, parece um SUV meio parrudo. E essa talvez tenha sido a grande vantagem e motivo do sucesso do carro da Fiat.

E qual o lado ruim do veículo?

Não sei o que passou na cabeça da engenharia, mas pessoas com mais de 1,80 m de altura penam para entrar no carro. Ou então faltou um manual para explicar como pessoas com mais de 1,80 m devem fazer para entrar na picape. Dentro do carro, o espaço interno é “de boas” – isso depois de bater a cabeça para entrar. Mas como o estagiário é cabeça dura, não foi nada demais!

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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