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O setor automotivo nos últimos 10 anos viveu um turbilhão de emoções. Registramos mais de R$ 50 bilhões em investimentos feitos e planejados. Durante o segundo mandato do “sapo barbudo”, o setor começou a viver o seu apogeu; já no fim do primeiro mandato da “estocadora de vento”, tivemos o início da sua derrocada.
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Hoje estamos vendendo menos do que há 10 anos atrás.
Mas o que vendíamos há 10 anos, e o que estamos vendendo hoje?
O perfil do consumidor mudou. E mudou muito! Como nós não temos o que fazer, decidimos ver o que era demandado pelos consumidores naquela época e hoje em dia. O que achamos foi:
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Como diria Jack, o estripador: “vamos por partes!”
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- Um dos pontos que mais chamaram a atenção, foi a queda do segmento de Station Wagon. Segmento este que tinha como veículos a saudosa Parati e a quase eterna Palio Weekend. Este nicho de mercado desapareceu! O pessoal acabou migrando para o mercado de SUV.
- Os Hatches médios, que já foram objetos de desejo como o “sexagenário” Volkswagen Golf e o grande sucesso (aqui no Brasil) do Hyundai i30, viveram um breve apogeu e uma rápida derrocada. Até o grupo PSA que ensaiava trazer a poderosa linha DS para cá, viu o negócio degringolar.
- No segmento de furgões, a queda nas vendas é explicada pela saudosa Kombi, que saiu de linha e ninguém entrou no mercado. Além disso, rolou umas tretas sobre uma marca que fornecia motores para outras duas e não rolou uma renovação!
- Um dos grandes destaques está sendo o segmento de picapes médias! Aqui, o pessoal da Fiat merece ganhar até uma estrelinha pelo trabalho de casa bem feito! Ela deu uma revigorada total no setor (a Renault com a Oroch, também). Eles conseguiram o inimaginável, quebrar a supremacia da Toyota (Hilux) neste segmento. Os japas devem estar com os olhos arregalados!
- Mas a grande vedete, a menina dos olhos de todo mundo a última coca-cola (gelada) do deserto, é o segmento de SUV. Todos querem trabalhar neste segmento. Todos estão desenvolvendo produtos (ou vendo o que eles têm mundo afora para trazer para cá). É um segmento que vende muita tecnologia embarcada, tem um valor agregado alto e, por consequência, gera uma maior lucratividade.
- O segmento de Hatch Pequeno registrou perda de Share de 7 pontos. Os consumidores que compravam um “hatch pequeno completinho”, migraram para o “SUV basiquinho”, ou pularam para o Sedan Pequeno. O Hatch pequeno é a porta de entrada, mas é uma briga de foice!
Como houve uma mudança no perfil do consumidor, por consequência houve uma mudança de Share. E, aqui, observamos mudanças brutais, além de algumas cabeças terem rolado.
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As quatro grandes (“de antigamente”) VW, GM, Fiat e Ford tinham, em 2007, a bagatela de 81% do mercado de carros. O pessoal aqui apanhou tanto ao longo desta última década que eles “só” perderam 26 pontos de Share! Hoje, representam 56% do mercado.
Como disse, o mercado de Hatch Pequeno é briga de foice! Nisso, a Hyundai com o seu HB20 deu uma de Jiraiya pra cima deles (eu sei que a Hyundai é coreana e o Jiraiya é japonês) e saiu de um share de menos de 1% para quase 10% neste ano.
Os maiores tombos vieram da Fiat, que perdeu 12 pontos de Share e da VW, com perda de 10 pontos. A Fiat ficou “meio acomodada” por muito tempo. Sem grandes lançamentos e tentando tirar água do Palio (ops, de Pedra!); foi somente nos últimos dois anos que esboçou reação com o Mobi, Toro e agora o Argo – o que é muito pouco, e vai demorar muito para a marca se reerguer. Já a VW, a grande surpresa para mim, foi a quantidade de “cagadas” que os alemães fizeram! Logo eles, que foi o único povo a conseguir fazer o socialismo “funcionar” na época da Alemanha Oriental. Sem grandes delongas vou me atentar apenas ao fim da Kombi, que “deixaram morrer” e perderam aí uns 1,5 mil carros/mês.
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Lembra do Hatch Pequeno, que é “briga de foice”? Olha só o que os nossos japas prediletos (Toyota) fizeram: Lançaram o seu Etios e entraram na briga pela quarta colocação entre Ford, Hyundai e Toyota.
Mas a supressa é a JEEP. Ela saiu do nada (mas é nada mesmo, tipo 0,0353% do mercado) para mais de 4% e em apenas 2 anos, com praticamente dois carros (Renegade e Compass).
O incrível daqui é ver as “cagadas” dos alemães e o acerto cirúrgico dos italianos (eu sou italiano, sei o que falo), isso é tema para dissertação de mestrado!
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