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Apesar da retração do mercado, venda de carros na cidade de SP avança 18% no 1º semestre

Como estão as vendas de veículos nos estados se a gente separar o que é capital e interior? Aqui conseguimos encontrar um “candieiro” dentro da nossa escuridão do setor automotivo
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Caros leitores, digníssimas leitoras,

Nesta semana que se inicia, ligamos o “modo Poliana” para tentar trazer um pouco de luz ao caos que se instalou no setor automotivo.

Primeiramente, não podemos tapar o sol com a peneira. O mercado automotivo (autos e comerciais leves) encerrou o primeiro semestre com retração de 15,8%.

Mas, dentro de um Brasil com 27 unidades federativas e quase 6 mil municípios, deve ter alguém que se destaca.

Dentro dos estados (mais o DF), notamos que todos apresentam retração nas suas vendas. O “range” ficou entre -5% e -40%, com a nossa média de -15,8%.

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O que percebemos no gráfico é que os estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás estão com o desempenho “menos ruim”, podendo até encerrar esse ano com crescimento nas vendas.

E aí decidimos fazer uma nova quebra nas informações: como estão as vendas de veículos nos estados se a gente separar o que é capital e Interior?

Aqui, já conseguimos encontrar um “candieiro” dentro da nossa escuridão. Quando verificarmos como estão as vendas de veículos nas capitais, notamos que algumas até estão registrando crescimento nas vendas.

Vendo todas as capitais, o mercado regista retração média de 9,1% (contra -15,8% do mercado total). A cidade de São Paulo encerrou esse primeiro semestre com crescimento de 18,8%, seguida por Florianópolis, com alta de 0,6%.

Essas foram as duas únicas capitais que registraram crescimento nas vendas. O nosso range oscilou entre 18,8% e -44,7%.

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Se o desempenho das capitais foi, na média, melhor que o resultado do total da indústria, por dedução, podemos acreditar que o “interior” vem sofrendo mais neste ano. E, apesar de a matemática ser “certeira” e sem sentimentos, ela nos aponta a verdade – que nem sempre é “bonita” de se ver.

O interior desse nosso “Brasilzão” fechou o primeiro semestre com retração média de 22,3%, oscilando entre -5% (interior de Goiás) e – 40,6% (interior do Amapá).

O grande destaque vem sendo o desempenho dos municípios do interior de Goiás, que estão indo “bem”, mostrando novamente que, no fim, o agro sempre salva alguma coisa.

Nossa impressão inicial deste primeiro semestre é que, em geral, as capitais estão se dando “um pouco” melhor do que o interior.

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Entendemos um pouco do mercado de veículos mostrando o desempenho do que aconteceu nas capitais e no interior. Mas ficamos com a curiosidade de saber qual é a importância das capitais dentro dos estados. Ou seja, qual o peso delas sobre o total do estado?

E aqui encontramos um exemplo claro do Princípio de Pareto!

NOTA EXPLICATIVA: O Princípio de Pareto é uma tendência que prevê que 80% dos efeitos surgem a partir de apenas 20% das causas.

As 27 capitais correspondem por 53,2% das vendas de veículos. Já os demais 5.541 municípios que compõem o nosso “interior” detêm 46,8% das vendas.

Em linhas gerais, as capitais, que correspondem por 0,48% dos municípios do Brasil, vendem 53% dos carros e os 5.541 municípios, que correspondem por 99,52% das cidades, venderam os 47% demais.

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Se em Amazonas e Roraima a capital corresponde por 96% das vendas, por outro lado, descobrirmos que em alguns estados o mercado automotivo é bem mais pulverizado.

No caso de Santa Catarina, a capital corresponde por apenas 14% das vendas. O Rio Grande do Sul, onde Porto Alegre representa 23,4% das vendas, também aparece nesse nosso “Top 3 inverso”.

O lado interessante disso tudo é ver a dependência que alguns estados têm de suas capitais e outros que pulverizaram (e criaram) outros centros econômicos.

Só essas informações deram uma clareada violenta para entender o sofrido mercado automotivo. Mas tínhamos mais uma dúvida.

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Sabendo ONDE os veículos vêm apresentando o melhor/pior desempenho, o questionamento que ficou foi: QUEM é o consumidor?

E aí, utilizando a nossa lógica matemática, dividimos os consumidores em Pessoas Físicas (PFs) e Pessoas Jurídicas (PJs).

O mercado registra queda de quase 16%. Já as vendas de veículos novos para as PJs encerraram esse primeiro semestre com alta de 2,5%.

A grande surpresa foi o estado de São Paulo registrar aumento de 51% nas vendas para os clientes PJ. Goiás e Mato Grosso do Sul foram os outros estados que registraram alta nas vendas para o público PJ.

O nosso range oscilou entre 51% e -43,1%.

E as vendas para Pessoas Físicas? Retração média de 27%, oscilando entre -13,5% e -39%.

O que registramos é que (em linhas gerais) o mercado automotivo é dividido em dois grandes públicos: o cliente “pessoa física”, que corresponde por 54% das vendas, e o cliente “pessoa jurídica”, que pega os outros 46%.

Sendo que este último, a cada ano que passa, vem ganhando mais representatividade. Como a carga tributária do veículo beira quase a indecência, muitos consumidores estão optando por “imobilizar” um veículo na sua empresa (até mesmo MEI) para ter um folego adicional.

Mas, apesar deste crescimento o mercado de PJ, ele é muito concentrado em Paraná, São Paulo e Minas Gerais, que elevam a participação das vendas via PJ.

Nos demais estados, as vendas para o cliente PF representam quase 75% do volume.

A grande curiosidade do gráfico acima é verificar o peso da “Pessoa Jurídica” em Minas Gerais. Neste caso, o principal consumidor de carros do estado são as locadoras.

E aí, o que achou? Dúvidas, me manda um e-mail aqui.

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Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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