Publicidade
Pouco a pouco, o mercado financeiro brasileiro caminha em direção a uma enorme transformação em relação ao marasmo que se via por aqui.
A queda brusca dos juros para níveis jamais vistos antes na história da SELIC, fez com que muitos investidores acomodados começassem a se mexer.
Aqueles investidores que antes deixavam o dinheiro na poupança satisfeitos com seus 0,5% + TR ao mês, agora incomodados já começam a se interessar mais em buscar informações para saber o que é CDB e LC, LCI, Debêntures, além de novas alternativas que nem imaginavam existir.
Continua depois da publicidade
Em 2017 o baque da queda da taxa de juros foi tão forte, que mesmo os melhores investimentos de Renda Fixa já entregavam um rendimento tão satisfatório para a maioria dos investidores.
É justamente nesse momento (como já havia ocorrido lá em 2013) que os Fundos de Investimentos voltaram ao pódio como principal interesse dos investidores.
E embora esse movimento ainda seja incipiente entre os investidores de pequeno e médio porte que se mantém conservadores até certa medida, não é exatamente o que ocorreu com os “peixes grandes”.
Continua depois da publicidade
Graças às informações disponibilizadas publicamente pela ANBIMA, conseguimos ver como tem evoluído a carteira dos investidores do segmento Private ao longo do tempo.
Esse é um segmento que já conta com quase R$ 900 bilhões em patrimônio financeiro divididos em cerca de 117 mil contas (mais de R$ 7 milhões por conta)!
Evolução do volume investido pelo segmento Private
Apesar de qualquer crise, o volume de investimentos do segmento Private aumento cerca de 60% desde 2013, seja pelo rendimento das aplicações como pelo crescimento de captação do próprio segmento.
Continua depois da publicidade
O gráfico a seguir já traz uma ideia inicial de como foi a evolução desse segmento por classe de ativos:
O mais impressionante desse gráfico, talvez seja a participação dos investimentos do segmento Private em poupança, que de tão pequeno mal dá para perceber que passou por uma redução de mais de 30% no período.
Ou seja, a poupança não só é um investimento quase desprezível na carteira dos investidores milionários, como ainda diminuiu consideravelmente nos últimos anos.
Continua depois da publicidade
Por outro lado, o crescimento do volume aplicado em Fundos de Investimentos e Renda Variável também impressiona.
De um lado, os Fundos de Investimentos cresceram mais de 63%, saltando de R$ 270 bilhões em 2013 para mais de R$ 446 bilhões em 2017.
Já os investimentos diretos em Renda Variável, cresceram mais de 75% no período, passado dos pequenos R$ 85 bilhões em 2013 para mais de R$ 145 bilhões atualmente, um movimento que certamente reflete o otimismo em relação ao futuro da economia do país e do desempenho das empresas de capital aberto.
Continua depois da publicidade
Participação por classe de ativos do segmento Private
Outro ponto interessante é perceber a evolução do peso que cada um desses tipos de investimentos teve na carteira dos investidores milionários.
Os gráficos a seguir demonstram isso com bastante clareza:
Aqui, além do crescimento de algumas classes conforme observado no tópico anterior, é interessante (e até surpreendente) notar o quanto a participação dos ativos de Renda Fixa diminuiu na carteira dos investidores do Private.
Depois de atingir seu ápice de quase 40% da carteira dos investidores milionários em 2015, os investimentos de Renda Fixa caíram para menos de 1/3 da carteira do segmento em 2017.
Esse movimento ocorreu naturalmente por conta da pressão dos juros que fizeram com que muitos títulos de Renda Fixa começassem a perder a competitividade em relação a outras classes de ativos de maior risco.
A prova disso fica evidente quando, olhando mais a fundo nos dados da ANBIMA, percebemos que os investimentos de títulos bancários (como CDBs, RDBs, LCs, etc.) foram os únicos que sofreram redução brusca de um ano para outro, caindo de um volume de R$ 72 bilhões em 2016 para pouco mais de R$ 54 bilhões em 2017.
Já as debêntures, que até pouco tempo eram um tipo de investimento nada popular no país, quase quadruplicaram de volume no segmento entre 2013 e 2017, passando de apenas R$ 4 bilhões para mais R$ 16 bilhões.
Por outro lado, quem preencheu o vácuo da carteira da redução na renda fixa, foi em grande parte a Renda Variável, que cresceu de 12% para quase 17% nos últimos 3 anos.
Os Fundos de Investimentos, que sempre foram a opção favorita dos milionários tiveram uma variação menor, mas ainda assim positiva, passando de 48% para mais de 51% no mesmo período.
Quais tipos de Fundos de Investimentos os milionários preferem
Como você viu nos últimos tópicos, os fundos de investimentos são o formato de investimento que mais agrada os investidores milionários.
Isso acontece tanto por conta de uma parcela dos investidores possuírem seus próprios fundos exclusivos, como também por essa modalidade de investimentos oferecer retornos acima da média do mercado quando bem selecionados.
Prova disso são diversos fundos que em 2018 já vem entregando resultados de mais de 200%, 300% do CDI ou até mais!
Mas dentre mais dentre mais de 20 mil opções existentes só no Brasil, quais os tipos de fundos de investimentos que mais agradam os investidores milionários?
Por sorte a ANBIMA nos dá alguma pista sobre isso também, como pode ser visto no gráfico abaixo:
O primeiro ponto facilmente observado é que independente de qual momento se passa, os fundos multimercado são os grandes favoritos dos milionários, com participação chegando a quase 60% da carteira.
Afinal, a flexibilidade que esse tipo de categoria permite aos gestores, faz com que o fundo consiga se posicionar de diferentes formas para colher resultados em diferentes cenários econômicos.
Alguns dos fundos mais famosos e procurados pelos investidores de grandes gestoras como a Verde Asset, SPX Capital e Adam Capital, são justamente os multimercados dessas casas.
O segundo ponto interessante a se notar, corrobora também com os tópicos anteriores, de forma que é possível notar um crescimento nos Fundos de Ações (de 4,96% para 8,86% de um ano para outro) e uma queda nos Fundos de Renda Fixa (passando de 26,50% para 24,91% no mesmo período).
Conclusão
Depois de tantos números, gráficos e conversa técnica, qual a moral dessa história toda?
Bom, em primeiro lugar que a era da renda fixa ficou para trás, meu caro leitor.
Se você ainda insiste em deixar boa parte do seu patrimônio financeiro em títulos de renda fixa protegidos pelo FGC, títulos públicos e demais títulos de renda fixa de baixo risco apenas por comodidade e desinteresse em conhecer novas alternativas de investimentos, está mais que na hora de você dar uma atenção extra para esse assunto.
Mesmo que seja um investidor conservador, tenha esses ativos como parte de uma carteira diversificada mais ampla. Dessa forma é possível investir com baixos riscos e ter um resultado melhor respeitando sempre o seu perfil de investidor!
Em segundo lugar, os Fundos de Investimentos não estão crescendo atoa ou representam mais da metade da carteira dos investidores milionários por acaso.
Se você souber escolher bons fundos de gestores competentes, esse pode ser o ganho excedente que faltava para o seu patrimônio valorizar mais no longo prazo.
E então? Já começou a pensar nas oportunidades que podem entrar na sua carteira de investimentos?
Comente aqui embaixo!