ETFs: Diversificação, liquidez e baixos custos

Saiba mais sobre a industria de investimentos que mais cresce nos EUA.

Livia Mansur

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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O que são?

ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos cujas cotas são negociadas em bolsa. Como um fundo, ao comprar uma cota o investidor na verdade está comprando um conjunto de ativos, o que permite uma maior diversificação e acesso a ativos mais restritos com uma quantia pequena de dinheiro. E como uma ação, esses fundos são negociados em bolsa e podem ser comprados e vendidos a qualquer momento.

No Brasil só existem ETFs de ações e com estratégia passiva, que replicam índices (Ibovespa, IBrX, S&P..) ou setores (Consumo, Imobiliário…). Já nos EUA, existem ETFs para todos os gostos: renda fixa, ações, commodities, de qualquer região do mundo e com gestão ativa ou passiva. Então é só pensar em qualquer estratégia de investimento que, muito provavelmente, será possível encontrar um ETF que faça o trabalho! E o mais legal, na minha opinião, é que o investidor pode operar comprado ou vendido.

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Alguns exemplos…

Suponhamos que o investidor acredite que a volatilidade do mercado está muito baixa. Em vez de montar uma estratégia complexa com opções, como no Brasil, é possível comprar um ETF de volatilidade: iPath S&P 500 VIX ST Futures ETN (cod: VXX).

Para os investidores tecnológicos que querem surfar no crescimento no mercado de smartphones, por exemplo, existe um ETF exclusivamente dedicado a gadgets, incluindo fabricantes de celulares, desenvolvedores de software e provedores de rede do mundo todo, incluindo China: First Trust Nasdaq CEA Smartphone Index Fund (cod: FONE).

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Suponhamos agora, que o investidor acredite que a atividade de pesca aumentará muito nos próximos anos, a medida que o consumo de proteína mundial cresce. É possível investir em um ETF que compra exclusivamente empresas engajadas na pesca comercial , piscicultura, processamento de peixe , ou a comercialização e venda de pescado e produtos: Global X Launches Fishing ETF (cod: FISN).

Mas se engana quem pensa de ETFs são apenas para investidores arrojados. É possível comprar um ETF que invista somente nos títulos de renda fixa mais líquidos do mundo de empresas classificadas como “Investment Grade” (menos arriscadas): iShares iBoxx $ Investment Grade Corporate Bond ETF (cod: LQD).

Enfim, deu pra entender que as opções são muitas, né? É só pensar em algo e dar um Google seguido da sigla “ETF”.

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Por que estão cada vez mais populares entre os investidores?

Segundo levantamento da BlackRock, os ETFs já representam 27% do volume total negociado em bolsa nos EUA e 20% na Europa. A indústria vem crescendo a uma taxa média anual de 25% nos últimos 10 anos e já atinge 2,8 trilhões de dólares.

A atratividade vem da variedade de opções, dos baixos mínimos de aplicação (o investidor pode comprar apenas 1 titulo) e, principalmente, dos baixos custos. As taxas de administração/gestão de um ETFs são, em média, 6 vezes menores do que a de um fundo tradicional. Por isso, não são apenas os investidores PF que utilizam ETFs pra investir, mas muitos investidores institucionais também.

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Como escolher?

Em 2000, existiam pouco mais de 100 ETFs listados no mundo, hoje, já são mais de 5000! Então a maior dificuldade é escolher dentre tantas opções. Pra facilitar, segue a lista de itens que precisa ser avaliada antes de escolher o ETF:

1-Custos
Antes de investir, procure saber os custos embutidos. É uma informação aberta, basta procurar por “Expense Ratio”. Muitas vezes é possível achar um ETF igual ou similar com custos menores. E quanto menor o custo, melhor a rentabilidade pro investidor.

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2-Liquidez
O “custo de liquidez” não é tão simples de descobrir, mas igualmente importante. Se o ETF tiver pouca liquidez, o investidor pode ser penalizado na hora de vender o ativo, já que, diferentemente de um fundo aonde o investidor simplesmente pede resgate no valor da cota, no caso de um ETF é necessário achar um comprador no mercado. Para isso, é importante levantar o volume médio de negociação do ativo e a diferença (“spread”) entre preço de compra (“bid price”) e o preço de venda (“ask price”) de fechamento de mercado em um período de tempo. Quanto menor essa diferença, melhor.

3-Diversificação
O objetivo de comprar um ETF está em, justamente, diversificar os investimentos sem ter que comprar vários ativos. Por isso, verifique a composição (“holdings”) antes de escolher. 

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Livia Mansur

Livia Mansur é especialista em alocação de recursos de clientes de alta renda com mais de 12 anos de experiência. Hoje mora em Miami e atua no mercado financeiro internacional.