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Toys r Us era uma empresa grande e famosa, contava com mais de 1.600 lojas e quase 65.000 funcionários no mundo inteiro e o comércio online, segundo a própria Toys r Us, foi o responsável pela quebra da gigante dos brinquedos.
Isso não deveria ser novidade para ninguém, já que o varejo online não foi inventado na véspera da falência da empresa. Mesmo assim, os investidores preferiram não olhar para o negócio em si e focar somente no “nome” da empresa, como se isso bastasse para mantê-la em operação. O mesmo aconteceu com a Kodak e outras tantas.
Ainda assim, veio a surpresa: seus bonds (equivalente às debêntures no Brasil), que estavam sendo negociados próximos do valor de par (US$100) até uma semana antes do anúncio de bancarrota, caíram vertiginosamente e, em menos de um mês, perderam cerca de 70% do valor. Hoje estão sendo negociados ainda abaixo disso, a cerca de US$9).
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Isso nos mostra o que acontece com o risco. Ele começa aos poucos, alguns investidores conseguem sair preservando o capital, até que todos tentam sair ao mesmo tempo, causando um pânico e venda generalizada dos ativos.
E por que estamos falando disso agora? Porque existe mais um exemplo claro de uma empresa que nunca deu lucro, vive emitindo ações ou dívida para manter-se solvente, não consegue atingir as métricas de produção estabelecidas por ela própria e que recebeu mais um downgrade na sua classificação de risco de crédito há pouco pela Moody´s para Caa+ (praticamente default). Para piorar, vai começar a ter competidores gigantes como Jaguar, Audi, Mercedes e Porsche, justamente quando seus incentivos fiscais vão acabar.
Sim, estamos falando novamente de Tesla. A empresa, dirigida pelo seu extravagante CEO, Elon Musk, vai precisar levantar mais capital (surpresa!) justamente quando seus bonds estão nas mínimas históricas. Isso devido à sua incapacidade de fabricar quantidades suficientes do Model 3, enquanto a demanda pelos Modelos S e X está em queda.
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Somado a isso, temos ainda a investigação pelo NTSB (National Transportation Safety Board), em função de um acidente fatal, um processo gigante que inclui antigos empregados acusando Musk de fraude, vários executivos abandonando a empresa e uma posição de caixa que pode ser eliminada rapidamente, já que grande parte dela advém de depósitos de clientes para a aquisição do Model 3.
Os avisos não param de chegar. Quem será o último a abandonar o navio?