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Estamos vendo mais um período de correção nos mercados, mas, parafraseando o Ronaldinho, parece que dessa vez não é treino, é jogo mesmo. Quedas acentuadas no S&P 500 e no Dow Jones os colocam quase em território de bearmarket.
O Russell 2000, petróleo, cobre, ações de empresas de tecnologia e do setor financeiro, além de vários outros indicadores, já estão em bear markete registram quedas significativamente superiores a 20% desde o último pico.
A curva de juros está praticamente flat (plana) e houve uma pequena inversão nas taxas com vencimentos mais curtos, com os juros dos treasuries de 2 anos superando os dos de 5 anos.
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Contrário a várias solicitações, inclusive do próprio presidente Trump, o FED ontem anunciou mais um aumento na tão baixa taxa de juros, que agora passa a ser de 2,25%-2,5%, maior patamar desde 2008. Vários economistas estão dizendo que essa alta não deveria ter acontecido e que ela pode ter sido um erro de política monetária do FED que pode levar os mercados a um ponto sem volta.
Eu acho o contrário. O grande culpado é realmente o FED, mas não por estar subindo a taxa de juros recentemente. Ele é culpado por abaixá-la a zero e lá mantê-la por 7 anos, além de subsidiar os grandes bancos com várias doses de Quantitative Easing(QE) e Operação Twist.
Não há nada de errado em se ter uma ressaca. Ela é simplesmente um mecanismo que nosso corpo desenvolveu para desintoxicar e voltar a funcionar apropriadamente. O problema foi a noite anterior e o volume monstruoso de ingestão de bebida.
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Acho que o mercado está ignorando esse fato e quer que a festa continue mas, como já falei várias vezes, isso é impossível e um dia a conta vai chegar. Um mercado que sobe por causa de QE, deve cair na falta dele. E agora que não tem mais QE do FED, nem do Banco Central Europeu, a coisa deve ficar mais séria.
O nível de dívida que existe hoje no mundo, fruto da política expansionista dos Bancos Centrais, é enorme. Obviamente, as consequências dessa brincadeira serão devastadoras para uma boa parcela da população. Vários países emergentes aproveitaram as baixas taxas de juros e o carrypara emitir dívidas em dólar, como China, Turquia e Argentina. Tivemos uma prévia esse ano do que espera alguns países e empresas com dívidas em moedas estrangeiras.
Mais interessante ainda é ver vários ditos profissionais alertando para o que pode acontecer agora e qual é o melhor caminho a seguir. Curiosamente, justamente as pessoas que não viram esse dia chegar são as que têm as melhores explicações para onde estamos e para onde devemos ir. Eu venho alertando para essa situação há bastante tempo, mas a turma do BTD (buy the dip) sempre levou a melhor – até agora.
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Mais uma vez eu afirmo que não sei qual será o alfinete que furará essa bolha, se ele virá de um aumento na taxa de juros, de uma suposta guerra comercial, da insustentabilidade e esgotamento do modelo atual ou de qualquer outra coisa. Mas que a situação é insustentável, ah isso é.
Para não deixar de ser repetitivo, gostaria de mencionar que agora não é hora de ser audacioso. Essa hora vai chegar. Na minha opinião, agora é hora de ter cuidado e preservar o patrimônio, com bonds curtos de empresas de primeira linha, títulos do governo americano de 2 anos e apólices de seguros (puts e/ou ouro).
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