A mentalidade anticapitalista

O capitalismo não é perfeito, mas é o único sistema econômico atual que permite liberdade para que cada pessoa gere riqueza para ela mesma através do seu trabalho, sem que outra seja prejudicada.

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(Getty Images)
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Por Constanza Leonardos*

O capitalismo é o sistema econômico mais detestado e criticado que existe. É responsável por enorme injustiça, exploração e duras consequências para sociedade, segundo intelectuais rigorosamente contrários a ele: os anticapitalistas.

Tudo começou quando Jean-Jacques Rousseau introduziu a ideia de que ricos e pobres pertencem a classes sociais inimigas, sendo que a primeira explora a segunda para se beneficiar dos frutos do trabalho dela. Essa ideia é expandida e aprofundada no Manifesto Comunista de Karl Marx, em que ele defende que, no sistema capitalista, a riqueza de uns só existe devido à pobreza de outros, e a única maneira de remediar é que o Estado redistribua recursos igualmente entre todos. Muitos artistas e intelectuais defendem essa ideia, mas, para avaliá-la, precisamos entender o que é o capitalismo de fato.

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O capitalismo é um sistema social baseado no reconhecimento dos direitos de cada individuo e da economia de livre mercado, no qual proporciona a produção em grande escala de bens de consumo para as massas. Diferentemente de sistemas econômicos anteriores, o homem comum é o consumidor desses bens, o que o torna soberano. Isso significa que, a partir da compra ou não de certos artigos, é capaz de determinar automaticamente o que será produzido, sua quantidade e qualidade. Esse sistema faz com que os homens prósperos sejam aqueles que mais atendem as necessidades de uma vasta quantidade de pessoas da melhor forma possível e com o menor custo.

Com o capitalismo, o homem comum desfruta de comodidades antes acessíveis só para os ricos, além de inovações antes muito caras e inacessíveis para o público geral. É comum da natureza humana sempre buscar melhorar o seu bem-estar e se possível, com menor esforço. A possibilidade de ter acesso aos frutos de seu trabalho e ter mais conforto é a principal força motriz para o desenvolvimento da sociedade. Por que, então, esse sistema é tão odiado?

O economista Ludwig von Mises acredita que o que faz tantas pessoas considerarem o capitalismo cruel é o fato de o sucesso ser determinado pelo valor gerado para a sociedade, e não pela quantidade de trabalho investido. “Se você quer ficar rico, então trate de satisfazer o público, ofertando para ele algo que seja mais barato ou que ele goste mais”. Em seu livro A Mentalidade anticapitalista, ele explica que, na economia de mercado, o julgamento não é feito a partir da avaliação acadêmica de valor, e sim da avaliação verdadeiramente manifestada pelas pessoas ao comprar ou não determinado produto ou serviço.

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Para os anticapitalistas, a pior exploração vem das grandes empresas, em que os empresários supostamente ficam com os frutos da classe operária, meramente usada pelo seu trabalho braçal. No entanto, eles falham em perceber que elas produzem justamente bens e serviços para as massas. Esse é o argumento mais usado pelos grandes críticos do capitalismo e, ao mesmo tempo, é ali que se encontra o maior equívoco de sua teoria.

Ninguém sofre na economia de mercado porque algumas pessoas são mais ricas que as outras. Os ricos não são a causa da pobreza como afirma Karl Marx e tantos outros que aprenderam a odiar o sucesso e a prosperidade. A verdade é que a economia não é um jogo de soma zero, isto é, para uma pessoa ganhar a outra não precisa necessariamente perder.

É de extrema importância entender que a riqueza é criada, ou seja, não existe um estoque finito dela na natureza. Se isso fosse verdade, poder-se-ia concluir que o homem das cavernas foi o mais rico da história, já que havia menos pessoas no planeta e mais recursos disponíveis.

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No entanto, não existiam carros, medicina, tecnologia e tantas outras comodidades que temos hoje. Isso se dá justamente por aquela força motriz, mencionada anteriormente, do homem sempre buscar conforto e, com o capitalismo, ter maior incentivo para fazer isso, já que pode colher os frutos do seu trabalho, diferentemente do que ocorria em sistemas econômicos anteriores como o feudalismo.

O capitalismo não é perfeito, mas é o único sistema econômico atual que permite liberdade para que cada pessoa gere riqueza para ela mesma através do seu trabalho, sem que outra seja prejudicada.

A maior “desigualdade” que existe no capitalismo é quando uma pessoa cria uma proporção maior de riqueza do que outra. Entendendo que isso não é uma utopia, mas sim uma realidade, é possível libertar as pessoas para o seu verdadeiro potencial.

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*Constanza Leonardos é associada do IFL SP, pós-graduada em Fashion Marketing & Merchandising pela Parsons School of Design de Nova York. Trabalha há 12 anos no mercado de luxo e hoje é responsável pelo marketing de uma grande marca do segmento de cosméticos.

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O Instituto de Formação de Líderes de São Paulo é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo formar futuros líderes com base em valores de Vida, Liberdade, Propriedade e Império da Lei.