Fechar Ads

Por que a Bolsa tende a subir no longo prazo

Lembro que a Bolsa tem menos de 400 empresas, em geral as maiores e melhores de suas áreas de atuação. A sobrevivência dessas é certamente muito mais provável do que a das companhias fechadas, no geral
Por  Guilherme Affonso Ferreira -
info_outline

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Começo com a qualificação de como se mede alta ou baixa na Bolsa, que é o índice de ações Ibovespa.

Esse índice é revisto em intervalos regulares, de forma a abandonar as ações menos representativas, ficando sempre com aquelas que melhor representam a movimentação no momento da revisão. E inclui a ponderação do peso com que são negociadas.

Ou seja, o Ibovespa acompanha as ações mais bem-sucedidas na visão dos investidores. Isso, por si só, logicamente, já daria ao índice uma trajetória de alta.

Ainda assim, se vivêssemos num mundo em que as recessões fossem mais acentuadas do que as expansões, isso de alguma maneira estaria refletido neste índice.

O fato é que a natureza humana impulsiona sempre o mundo para um crescimento do bem-estar social, seja qual for a maneira com que ele seja medido.

Tradicionalmente, a expansão do PIB tem sido essa maneira de medir. Mas creio que, com o avanço da visão ESG, novas e melhores formas deverão ser encontradas. No mínimo, um “PIB aperfeiçoado”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Toda essa divagação para fundamentar que os investimentos em Bolsa, se razoavelmente escolhidos, tendem a ter um bom vetor de alta no longo prazo.

A razão do “se razoavelmente escolhidos” é apenas para pontuar que sempre haverá empresas que vão quebrar, desaparecer etc.

A pandemia que estamos vivendo é, na minha opinião, um momento de grande mudança na economia. Alguns setores sofrerão muito por um tempo, mas, se sobreviverem, poderão se recuperar; outros terão até expansão de atividade.

Essas diferenças vão ficando mais claras à medida que nos acostumamos com o “novo normal”, porém ainda carregam muitas zonas cinzentas.

Portanto, a premissa “se razoavelmente escolhidas” deve um ser reforçada neste momento.

Importante também ter em vista que, em muitos setores que retornarão à normalidade mais cedo, o ambiente concorrencial deverá ser facilitado pelo desaparecimento de pequenas e médias empresas, o que facilitará o aumento do market share das outras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lembro que a Bolsa tem menos de 400 empresas, em geral as maiores e melhores de suas áreas de atuação. A sobrevivência dessas é certamente muito mais provável do que a das companhias fechadas, no geral.

E bem-vindos aqueles que estão entrando agora no mundo da renda variável. Só um conselho: “Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.

Aprenda a identificar as ações com maior potencial de valorização: assista à série gratuita Stock Picking – A Habilidade mais Valiosa do Mercado

Guilherme Affonso Ferreira Guilherme Affonso Ferreira é sócio-fundador e chairman da Teorema Capital. Além disso, é conselheiro de empresas como Arezzo, B3 e M Dias Branco. Foi diretor-presidente da Bahema no período em que a companhia foi acionista relevante do Unibanco (1986 a 2008) – e obteve um retorno de 50% ao ano, em dólares, com as ações do banco. Também foi conselheiro da Petrobras de 2015 a 2018, participando do programa de recuperação da companhia.

Compartilhe

Mais de Guilherme Affonso Ferreira