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O presidente argentino Maurício Macri assumiu o país num verdadeiro caos econômico. De acordo com dados do FMI, em 2014, ano anterior à eleição, o PIB caiu 2,5% e a inflação atingiu 23,9%. Além disso, 7,25% da população economicamente ativa estava desempregada.
Os motivos que levaram a Argentina à crise são conhecidos: anos de populismo na era Kirchner, marcados pela expansão do gasto público e pela tolerância com a inflação. Aliás, ingredientes muito parecidos com a crise gerada pelo PT no Brasil.
Macri, portanto, assumia o país com o enorme desafio de implementar medidas liberais, a fim de reduzir o gasto público e conter a inflação, para trazer de volta a confiança dos investidores e empresários, fundamental para a geração de renda e emprego.
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Para colocar em prática esse desafio, Macri apostou no gradualismo da implementação das medidas liberais. Fracassou, e depois apelou para o populismo barato, como o congelamento de preços.
É claro que o resultado foi catastrófico. A falta de pulso firme no avanço de uma agenda liberal, aliada às medidas heterodoxas, apenas estendeu a crise herdada pela sua antecessora. Em 2018, o PIB voltou a cair 2,5% e a inflação disparou para 47%. Agora, tudo indica que Macri poderá perder as eleições.
Mas o que Macri poderia ter feito diferente? Onde ele errou?
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A comparação com o cenário brasileiro é inevitável. Em 2015, o PIB brasileiro caiu 3,8% e a inflação superou 10%. Assim como Macri, Michel Temer assumia um país arruinado por anos de populismo irresponsável.
Mas, ao contrário de Macri, Temer apostou em medidas liberais, como controle dos gastos públicos, atuação firme do Banco Central no controle da inflação e reforma trabalhista. Ao final de 2018, Temer entregava o país a Jair Bolsonaro numa situação bem melhor do que aquela deixada por Dilma Rousseff.
Em 2019, o governo Bolsonaro não apenas mantém as medidas de Michel Temer, como também injeta mais liberalismo na economia brasileira. Sob o comando do ministro da Economia, Paulo Guedes, o Brasil avança em importantes medidas liberais, como desburocratização dos negócios (MP da liberdade econômica), liberação de FGTS, reforma do setor bancário, acordo de livre comércio com a União Europeia e uma reforma da Previdência robusta, que nem Lula, nem FHC tiveram coragem de fazer.
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No campo da infraestrutura, o ministro Tarcísio Freitas vem também desempenhando um trabalho notável.
Mas o liberalismo não para por aí. O governo Bolsonaro promete privatizar uma série de empresas, emplacar uma reforma tributária e acabar com a obrigatoriedade de participação do profissional em algumas associações de classe (OAB, por exemplo).
Ao contrário do que alguns formadores de opinião defendem, parece que a lógica do confronto de Bolsonaro com o centrão e a esquerda tem funcionado. O Brasil avança, a Argentina, não. Macri, possivelmente, começou a entender que não se negocia com aqueles que querem te destruir e viver às custas de mamatas estatais.
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Em suma, basta Bolsonaro continuar a dar carta branca a Guedes e continuar na onda liberal que o Brasil avançará. Esta é a receita de sucesso para não virarmos uma Argentina.
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