Rock In Rio: o que o maior festival de rock pode nos ensinar sobre business?

Entenda a maior plataforma de comunicação de live marketing que o país já viu por meio de um dos maiores festivais de música do mundo

Dener Lippert

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Você conhecer o Rock In Rio como um dos maiores festivais de música do mundo não é nenhuma novidade. O evento, que completa 37 anos de existência em 2022, já foi palco de diversas atrações do mundo inteiro, recebendo milhões de espectadores.

Mas você já parou para analisar o evento além do festival? Quais estratégias de marketing, marketing digital e business permeiam o Rock In Rio? Vou te contar um pouco mais da visão de negócio que podemos aprender com uma das maiores estratégias de lançamento já criadas no mercado.

Como surgiu o Rock In Rio?

O Rock In Rio surgiu em 1985, em projeto idealizado por Roberto Medina, a pedido da cervejaria Brahma. O festival de música, considerado um dos maiores do mundo, foi criado com o intuito de ser uma grande plataforma de comunicação, promoção e experiência de marcas.

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Em meados dos anos 1980, a Brahma, então cliente da Artplan, buscava formas de fazer um rebranding da sua marca. Entretanto, Medina achava mais interessante a criação de uma marca paralela, a Cerveja Brahma Malt 90, trabalhando então em uma grande estratégia de lançamento para esse novo produto.

Assim, a primeira edição do festival contou com dez dias de música, 15 atrações nacionais, 16 atrações internacionais e mais de 1,38 milhão de espectadores. O evento proporcionou também a criação da conhecida “Cidade do Rock”, um espaço com 250 mil m², que possibilitou a criação de um centro comercial que contava com dois shoppings, mais de 50 lojas e dois restaurantes fast-food.

Outras marcas e novas edições do Rock In Rio

Em 1991, seis anos depois da emblemática primeira edição do Rock In Rio, o festival voltava com sua segunda edição. Entretanto, agora com uma nova estratégia em parceria com a Coca-Cola, que buscava uma forma de concorrer com o Pepsi Music, um festival da empresa concorrente que chegava ao Brasil naquele ano.

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Ou seja, novamente o Rock In Rio se apresentava para as grandes empresas como uma oportunidade de gerar experiências para o público por meio da música e a participação de grandes marcas.

A segunda edição ocorreu no Maracanã e contou com 700 mil espectadores, quase metade do público da primeira edição, por conta da capacidade do estádio.

Já em 2001, por conta de muitos pedidos de fãs, 10 anos após a última edição, o Rock In Rio volta a “Cidade do Rock” para a sua terceira edição. Entretanto, dessa vez com um novo patrocinador macro, a América Online, que investiu cerca de R$ 33 milhões no evento.

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Investimento esse que não só colaborou para um festival muito mais estruturado, mas também que gerou um aumento do número de assinantes do provedor de internet ao ser associado a marca Rock In Rio, saltando de 65 mil para 400 mil, segundo dados dos organizadores do festival.

Além da América Online, a Coca-Cola também seguiu como patrocinadora da nova edição do festival, tendo um aumento de 15% nas suas vendas durante o período, por meio de estratégias de marketing ligadas ao nome do evento.

O Retorno Por Investimento que consolidou a marca

Mesmo com todo o investimento de grandes empresas no festival, o Rock In Rio só foi trazer um lucro líquido que superou as expectativas na sua terceira edição, quando lucrou R$ 4 milhões após investir mais de R$ 70 milhões no evento.

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Em entrevista para diversos portais, os organizadores do festival contam que nas duas primeiras edições, 80% dos gastos do evento eram pagos pelos patrocinadores. Porém, esse cenário mudou em 2001, quando a comercialização das entradas foi responsável por cerca de 50% das despesas totais.

A partir disso, o Rock In Rio deixou novamente a “Cidade do Rock” para viajar o mundo, contando com festivais em Lisboa e Madri, até voltar em 2011 para sua terra natal. Além disso, o RiR chegou a Las Vegas em 2015, junto a comemoração de 30 anos da primeira edição do festival, que já passava a acontecer a cada dois anos no Rio de Janeiro.

Growth por meio das parcerias certas de negócio

Que o Rock In Rio foi um sucesso desde sua primeira edição não há dúvidas. Mesmo enfrentando alguns problemas ao longo dos anos, o festival conseguiu ficar mais forte a cada edição.

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Isso foi possível graças ao marketing de experiência sugerido por Roberto Medina desde a primeira edição, com o uso assertivo dos diferentes meios de comunicação e, principalmente, da aproximação e parceria com as empresas certas.

É por isso que desde 2021, 36 anos após a primeira edição do festival, a V4 Company e o Grupo Dreamers, dono de empresas como Artplan e o Rock in Rio, firmaram sociedade. Assim, possibilitando que a nossa assessoria de marketing esteja do lado de grandes nomes do mercado, movimentando ainda mais a economia do país.

Por que as marcas investem nesse tipo de evento?

Se você chegou até aqui achando que o Rock In Rio é um festival focado em entretenimento ou apenas em lucro, você não entendeu nada. Afinal, a verdadeira visão de business do evento está na ideia principal de Roberto Medina em criar uma das maiores estratégias de live marketing e branding experience.

Ou seja, as empresas que investem no festival estão buscando ações de Branding Experience e Live Marketing, que tem na sua essência a lembrança através da repetição ou traumas. Mas um trauma de maneira positiva, algo muito emblemático na vida da pessoa para que ela sempre lembre da marca.

O Rock in Rio é a maior plataforma de comunicação através do live marketing que o país já viu. O festival é uma plataforma de comunicação, é uma grande empreitada de live marketing que usa os shows como uma ótima forma de gerar experiências com o público.

Para finalizar, vale lembrar que a própria V4 Company chegou a se chamar Beta Branding Experience, sendo nosso primeiro cliente com ações focadas em live marketing. Além disso, na época, as estratégias de redes sociais eram apenas um bônus na contratação. A partir daí, o resto é história!

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Dener Lippert

CEO e fundador da V4 Company, maior rede de assessoria de marketing digital do país, autor do best-seller "Cientista do Marketing" e colunista do InfoMoney. Dener tem apenas 27 anos, mas já figura entre os principais empreendedores do país: está na lista da Forbes Under 30 de 2021, fundou a V4 Company com apenas 18 anos (na cozinha da casa de sua mãe) e hoje já tem mais de 150 franquias em todo o país, com uma base de 2 mil clientes ativos. Já passaram pelo portfólio da marca empresas como Dell, Melissa, Wizard, Spotify, Lojas Lebes, Colchões Ortobom, Mobills, Wise Up e Smart Fit. Recentemente a V4 Company anunciou sociedade com o Grupo Dreamers, holding detentora de 16 marcas, entre elas Artplan e Rock In Rio. Dener Lippert também é host do ROI Hunters, podcast de marketing do InfoMoney com foco em assuntos ligados a growth, marketing digital e business.