O hábito comum que pode destruir as suas finanças

Dados do Banco Central mostram que parcelamentos e compras por impulso são os motivos principais para o endividamento

Carol Sandler

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Publicidade

Eu já vi verdadeiras histórias de terror quando o assunto é a vida financeira das minhas seguidoras. Dívidas milionárias, brigas que levaram a divórcios e famílias separadas. Todas elas tinham em comum um único hábito:

Gastar sem fazer as contas.

Pode parecer algo simples e até casual. Afinal de contas, quem foi que nunca disse “Eu mereço!”, ou o contemporâneo “É para isso que eu trabalho!”? Isoladamente, fazer uma ou outra compra sem se preocupar não é algo perigoso. No entanto, no acumulado do tempo, isso se torna algo tóxico.

Continua depois da publicidade

Este hábito tem sua raiz na cultura de consumo na qual vivemos. O problema é que criamos uma ilusão coletiva: você não precisa ter dinheiro para ter o que quiser. Dá para parcelar em dez vezes no cartão, “sem juros”. Depois você dá um jeito. A entrada é zero e você só começa a pagar daqui a 90 dias. “Quer pagar quanto?”. E assim por diante.

Só que a compra parcelada é a vilã da maioria dos casos de endividamento no Brasil – segundo pesquisa do Banco Central (BC), parcelamentos e compras por impulso são, respectivamente, o primeiro e o segundo motivos principais para o endividamento. Questões como perda do emprego ou diminuição de renda são menos citadas do que a falta de organização e planejamento financeiro.

Leia também:
Regra 50-30-20: conheça um método para organizar suas finanças
Onde Investir 2020: evento reúne Arminio Fraga e alguns dos maiores especialistas em finanças do país

Continua depois da publicidade

Quando gastamos sem fazer as contas, não consideramos nossa situação financeira na hora de tomar a decisão. O que pesa é apenas o desejo. Se o item estiver em liquidação, melhor ainda. “Vale a pena”, é o que pensamos.

Mas vale a pena para quem? Para o bolso do consumidor ou do vendedor?

Quando as compras se acumulam, é fácil perder o controle. Quer um exemplo? Pense, então, nos gastos mensais com aplicativos de transporte e entrega. Isoladamente, parecem inofensivos. Quando chega a fatura, por outro lado, a situação muda de figura. Ao somar todos, o impacto sobre o orçamento fica claro.

Continua depois da publicidade

O pior é que este descontrole financeiro poderia ser evitado de forma simples – ou melhor, depende de como você deseja olhar a questão.

Não faltam apps que ajudam a controlar e categorizar os gastos – alguns automáticos, como o Guiabolso, outros “manuais”, como o Mobills. (Eu, particularmente, sou fã deste segundo, pois acredito na importância de ter cuidado ao registrar periodicamente as despesas).

Alguns apps dos próprios bancos e cartões de crédito mostram com transparência o total acumulado da fatura. Tem gente que prefere o caderninho, e tem quem ache mais simples acumular os recibos e passar todas as informações para a planilha no final da semana.

Continua depois da publicidade

Não importa tanto o método – desde que você tenha um.

Muitas vezes, o simples ato de consultar o extrato uma vez ao dia já resolve a maioria dos problemas.

Com tantas promessas de ano novo, está aí uma simples de colocar em prática, porém poderosa.

Continua depois da publicidade

Boas festas, queridos leitores!

Autor avatar
Carol Sandler

É fundadora da plataforma online Finanças Femininas e da TV Carol Sandler, a primeira TV digital de uma influenciadora brasileira, além de sócia e diretora de conteúdo da Ella's Investimentos. Também é autora do livro Detox das Compras e coautora de Finanças Femininas – Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos.