Como injetar US$ 5 trilhões na economia global

Segundo um estudo do Boston Consulting Group, se mulheres e homens empreendessem de forma igual, o PIB global poderia crescer entre 3% a 6%

Carol Sandler

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O valor é equivalente ao PIB do Japão – mas, para gerar trilhões de dólares extras na economia global, não seria necessário investir em inovação, tecnologia ou no aumento da produtividade.

Para acrescentar US$ 5 trilhões, basta incentivar o empreendedorismo feminino. De acordo com um estudo realizado pelo Boston Consulting Group (BCG), se mulheres e homens empreendessem de forma igual, o PIB global poderia crescer algo entre 3% a 6%.

Este avanço corresponderia a uma injeção de US$ 2,5 trilhões a US$ 5 trilhões na economia global.

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O empreendedorismo é uma solução interessante de carreira para muitas mulheres – e não apenas por conta da busca por um melhor equilíbrio entre a família e o trabalho.

Um fator importante é a desigualdade salarial. No Brasil, de acordo com o IBGE, as mulheres ganham, em média, 28% menos que os homens.

No caso de mulheres com grau superior completo, a diferença sobe para 34%. No empreendedorismo, não existe gap salarial.

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Por outro lado, há uma diferença no volume de investimentos recebidos pelas empresas de homens e de mulheres.

Segundo um levantamento do BCG, quando empreendedoras levantam capital para seus negócios, elas recebem, em média, US$ 1 milhão a menos do que eles.

A situação não faz sentido econômico algum – existem estudos que mostram que negócios criados por mulheres podem ser mais lucrativos.

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Em um deles, do próprio BCG em parceria com a Masschallenge, empreendedoras geram o dobro de retorno por dólar investido do que os empreendedores homens.

Outro revelou que quando empresas contratam empresas lideradas por mulheres como suas fornecedoras, elas constroem uma cadeia de suprimentos mais diversificada e, portanto, mais confiável.

Ainda assim, são eles que dominam o cenário do empreendedorismo. O exemplo mais recente é a capa de uma revista de negócios brasileira, que premiou os empreendedores do ano de 2019 – todos homens.

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O problema é duplo: as mulheres encontram menos oportunidades de levantar capital do que os homens e são deixadas de lado pela mídia.

Existe, portanto, uma oportunidade que vale literalmente trilhões de dólares à nossa disposição: o investimento em empresas criadas por mulheres.

Para incentivar o empreendedorismo feminino, precisamos olhar para alguns fatores, como o acesso a investimentos, e investir na educação de negócios para mulheres.

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No entanto, existe um ponto que é frequentemente deixado de lado, apesar de ser de importância vital: a criação de redes para mulheres.

Esta é uma forma de promover interações entre elas e ajudar na realização de novos negócios. Uma mulher que tem mais contatos tem mais chances de conseguir clientes, parceiros e investidores para a sua empresa.

Por isso, convido as mulheres que me leem a investir seu tempo no networking. Já aos homens, deixo a reflexão: como você pode apoiar uma empreendedora? O PIB global agradece.

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Carol Sandler

É fundadora da plataforma online Finanças Femininas e da TV Carol Sandler, a primeira TV digital de uma influenciadora brasileira, além de sócia e diretora de conteúdo da Ella's Investimentos. Também é autora do livro Detox das Compras e coautora de Finanças Femininas – Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos.