Está nas suas mãos

Além de buscar restaurantes diferentes com sabores exóticos, tenho que assumir que também gosto de comer com as mãos

Glenda Ferreira

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Devo confessar que não gosto de estereótipos não. Chego a ter uma certa implicância com alguns rótulos que vejo por aí.

Sabe, até que tudo bem criar algumas classificações para facilitar a vida do investidor… Mas não é porque o seu perfil é moderado que você nunca vai poder comprar uma ação. Essas classificações me incomodam – em especial neste momento econômico que estamos vivendo que promete boa valorização da Bolsa. Mas não vou me alongar nisto porque isso é assunto para outro momento.

Voltando. Quem me acompanha por aqui sabe que eu gosto de comer bem (é só espiar a descrição aí do lado). E além de buscar restaurantes diferentes com sabores exóticos, tenho que assumir que também gosto de comer com as mãos. Vale da pizza até as panquecas que experimentei nas Ilhas Maurício.

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Pois é, sabe quando percebe que você está realmente sentindo a comida?

E, para mim, comer com as mãos é como escolher qual é o investimento ideal para mim.

Não quero que me falem que porque eu sou conservadora, tenho um mundo restrito. Ou porque sou arrojada que só tenho que ter risco na veia.

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Eu mesma quero sentir até onde tolero a dor de estômago diante de quedas abruptas do mercado. Sem que me imponham regras prontas.

Por isso, se eu quero comer com a mão ou literalmente colocar as mãos na massa em meus investimentos para fazer o que eu bem entender, é isso o que vale.

Esse ato tem até um nome no mercado financeiro, skin in the game, que é justamente quando você sente na pele o que é investir com todos os seus riscos e benefícios.

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É por isso que para entender o que afinal de contas é aquilo na sua frente, não dá pra ficar só olhando. É para sentir o verdadeiro sabor aparecer.

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Já deu para entender que não dá para ser apenas um torcedor hoje em dia, é preciso participar do jogo, não é?

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Por esta razão que acredito que cada um apenas saberá qual é de fato o seu perfil depois que der os seus primeiros passos no mundo dos investimentos.

Fica o alerta: não acredite naquelas fórmulas mágicas. Você, ousado, sempre terá x por cento em ações, mais y em COE e não sei mais o quê que é ideal para você.

Você tem que colocar na conta qual é a sua idade e momento que vive: está preocupado com a faculdade, vai casar, ter filhos ou já está para se aposentar?

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Apenas sentindo e jogando o jogo, você conseguirá dosar entre os diferentes tipos de investimento, como ações, títulos de renda fixa, moedas estrangeiras, real state (imóveis) e tantos outros.

O desenho e formato que o seu portfólio de investimentos terá depende única e exclusivamente de você.

Lógico que alguns limites devem ser estabelecidos. Apenas não acredite em quem te disser que você deve ter 30,25 por cento de ações porque corresponde ao seu perfil de acordo com as respostas de um questionário que você acabou de preencher.

Regra de bolso: diversificar entre as classes de ativos de forma que aqueles investimentos que costumam ir mal em determinados momentos sejam compensados por aqueles outros que costumam ter a reação contrária e ir bem. Já que a chance de tudo dar errado é bem pequena.

Portanto, é uma maneira de ajustar o seu portfólio sem concentrar riscos demais e sem ficar preso às regras já estabelecidas. Mas sempre lembrando qual é a sua identidade, momento da vida que importam, já que o objetivo é um só: ver o seu patrimônio aumentando.

Mas, para isso, é preciso começar.

Você só não precisará literalmente pegar os seus investimentos porque, ainda bem, todo o processo é online e bem simples. Sem desculpas para postergar o início.

E se você acha que apenas pessoas de classes mais baixas ou de países esquisitões adotam a prática de comer com a mão, é porque não sabe como é bom sentir o verdadeiro sabor da comida sem os talheres e, porque não, do retorno de seus próprios investimentos.

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