Espelho, espelho meu

Em dez anos, houve um aumento de 141% no número de cirurgias plásticas entre jovens de 13 a 18 anos

Silvia Alambert Hala

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(reprodução)
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Os adolescentes brasileiros se submetem cada vez mais a cirurgias plásticas. Segundo o último censo realizado em 2016 pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), nos últimos dez anos houve um aumento de 141% no número de procedimentos entre jovens de 13 a 18 anos.

Que a adolescência é uma fase complexa, de mudanças físicas, psicológicas e sociais todo mundo já sabe. Todo mundo também sabe o quanto se falou e se lutou para que, enquanto crianças, esses adolescentes fossem afastados do perigo da influência das propagandas infantis.

Porém, ninguém imaginou a força com que a globalização e a internet teriam sobre os adolescentes do século XXI e sobre como eles se tornariam alvo fácil da indústria de saúde e beleza, fortemente influenciados pelos padrões de beleza apresentados em suas séries de TV ou reforçados por seus digitais influencers favoritos.

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Portanto, muito do desejo juvenil de querer mudar tudo a qualquer custo vem acompanhado de modismo ou ilusão, já que o corpo desses adolescentes ainda sofrerá mudanças e intervenções cirúrgicas podem trazer riscos para o seu desenvolvimento. A vaidade é a principal motivação dos jovens e a forma como eles se veem envolve mais questões psicológicas do que físicas de fato.

Além do mais, na era do “quero tudo e tudo para agora”, somado à ansiedade da adolescência de corresponder a padrões de beleza e comportamentos, os adolescentes têm encontrado em seus pais o trampolim que precisam para saltar das longas conversas com os próprios pais ou psicólogos para encobrirem suas frustrações em centro cirúrgico.

As cirurgias plásticas em adolescentes têm de ser autorizadas pelos pais, então, e como tudo aquilo que menores de idade não são autorizados a realizar, são os pais os responsáveis pelos riscos envolvidos e que devem avaliar a urgência de uma cirurgia plás-tica em seus filhos adolescentes, principalmente se o motivo for apenas estético.

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A questão financeira, apesar de sempre estar envolvida, já que despesas dessa ordem sempre devem ser planejadas com certa antecedência, acaba sendo a que menos importa, pois é sabido que há médicos cirurgiões para todos os bolsos e as formas de pagamentos são as mais variadas possíveis, mas a mais importante é a de não deixar que o filho tome uma decisão tão importante por impulso.

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Silvia Alambert Hala

Sócia, co-fundadora da Creative Wealth™ Intl (USA), empresa americana fundada em 2002 e proprietária dos programas de educação financeira para crianças e jovens The Money Camp™, Camp Millionaire™, Moving Out! ™ e The Money Game™ que se dedica à formação de educadores financeiros escolares e mentores e tutores de crianças e jovens ao redor do mundo. Silvia atua há 15 anos como educadora financeira de crianças e jovens em escolas e nas famílias, coach especializada em finanças comportamentais, palestrante, formadora de educadores financeiros escolares no Brasil, co-autora do livro “Pai, ensinas-me a poupar!” (Ed. Rei dos Livros) publicado em Portugal, representante da APOEF™ (Associação de Profissionais Orientadores e Educadores em Finanças) nos Estados Unidos da América e coordenadora do projeto de educação financeira para jovens atletas de alto desempenho da empresa Sports To Go™. Instagram: @silviaalambert_edufin www.silviaalambert.com www.creativewealthintl.com