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Como aliviar o peso da energia elétrica no orçamento doméstico

Pesquisa mostra que 25% dos consumidores brasileiros consideram o custo com eletricidade na escolha de eletrodomésticos
Por  Eli Borochovicius -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Pesquisa realizada pela Opinion Box com mais de duas mil pessoas concluiu que, ao comprar eletrodomésticos, o preço, a durabilidade e a marca são os fatores que mais influenciam na decisão de compra – mas o consumo de energia não é desprezado.

Os eletrodomésticos são bens duráveis. Como não são trocados com alta frequência, geralmente são adquiridos por necessidade e de forma planejada. Por isso, a aquisição e o uso de produtos como ar-condicionado, geladeira e máquina de lavar e secar roupas deveria ser realizada de forma racional.

O chuveiro elétrico é o maior vilão da conta de energia. Um modelo de 220V/7.800w consome 39kh/h por mês em um único banho diário de dez minutos. Uma família com quatro pessoas tem consumo de 156Kw/h. A questão é que em dias frios, muitas pessoas que relutam em deixar a água quente costumam ficar mais tempo debaixo do chuveiro, consumindo mais e gastando mais.

O ar-condicionado tipo split inverter, com capacidade de refrigeração/aquecimento próximo a 12.000 BTU/h, tem potência aproximada de 1.500w, mas diferentemente do chuveiro, fica ligado por mais tempo. Em dias quentes, refrigerando e, em dias frios, aquecendo. Se ficar ligado oito horas por dia, são consumidos 360Kw/h por aparelho, o dobro do que se gasta, em média, com chuveiro elétrico.

Talvez, quando as pessoas deixarem de trabalhar em casa e usarem menos o equipamento, o consumo reduza 80%. Mas ainda assim, seriam consumidos mais de 70Kw/h por mês. Quanto maior a capacidade de refrigeração/aquecimento, maior é o consumo.

Um refrigerador de 110V – com selo Procel A – ligado 24 horas por dia, consome em média 70Kw/h por mês. Uma lavadora de roupas, se ligada duas horas por dia, duas vezes por semana, consumirá o equivalente a 16Kw/h por mês.

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Definir o custo da energia elétrica não é uma tarefa simples, pois existe diferença de preço para o consumo na ponta e fora da ponta, se o imóvel é bifásico ou trifásico, se está em bandeira verde, amarela ou vermelha, dentre outras questões como impostos e Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição.

Para simplificar, vamos considerar o custo de R$ 0,84 por Kw/h. Uma família com quatro pessoas gastaria em média R$ 130,00 por mês com chuveiro elétrico, R$ 300,00 com o ar-condicionado funcionando oito horas por dia, R$ 60,00 com o consumo da geladeira e R$ 15,00 por mês lavando as roupas. Não é um valor que possa ser considerado irrelevante no orçamento doméstico.

Mas, dependendo do consumo, o custo final pode cair sensivelmente.

Conhecendo melhor a conta de energia e o consumo dos eletrodomésticos, é possível tomar decisões simples e que favoreçam a redução no valor da cota, como não utilizar os aparelhos que consomem mais energia no horário da ponta (geralmente das 18h às 21h), quando o preço por Kw/h é mais alto. Por que não tomar banho de manhã e programar a lavadora para funcionar durante o dia?

Outra ação que pode favorecer a redução do valor da conta de energia, sem necessariamente reduzir o consumo, é desligar os aparelhos que ficam em stand-by, a exemplo do aparelho de micro-ondas, da máquina de café, dos televisores e dos computadores.

De qualquer forma, banhos mais rápidos, redução no tempo de uso do ar-condicionado, evitar o abre e fecha da porta da geladeira e lavar as roupas com menor frequência (respeitando a capacidade do aparelho), também podem ajudar a deixar o bolso menos vazio.

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Investir em um sistema de geração de energia fotovoltaica também pode ser uma boa opção para quem puder. Dependendo do consumo, o payback pode se dar de quatro a oito anos.

O consumo consciente é uma questão financeira, mas também ambiental e social.

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Eli Borochovicius Eli Borochovicius é docente de finanças na PUC-Campinas. Doutor e Mestre em Educação pela PUC-Campinas, com estágio doutoral na Macquarie University (Austrália). Possui MBA em gestão pela FGV/Babson College (Estados Unidos), Pós-Graduação na USP em Política e Estratégia, graduado em Administração com linha de formação em Comércio Exterior e diplomado pela ADESG. Acumulou mais de 20 anos de experiência na área financeira, tendo ocupado o cargo de CFO no exterior. Possui artigos científicos em Qualis Capes A1 e A2 e é colunista do quadro Descomplicando a Economia da Rádio Brasil Campinas

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