Mantendo a qualidade, Animais Fantásticos e Onde Habitam expande o universo de Harry Potter

Longa que estreia nesta quinta-feira no Brasil mantém o tom sombrio dos últimos filmes da série Harry Potter e dá início à uma nova franquia

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em 2011 chegava ao fim uma das maiores sagas do cinema – e da literatura – com o lançamento de “Harry Potter e As Relíquias da Morte – Parte 2”. Na época, uma legião de fãs se preparava para dar adeus ao mundo criado por J.K. Rowling e que marcou uma geração inteira nos livros. Mas o que ninguém esperava é que poucos anos depois a Warner retomaria a franquia para lançar “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, um pequeno livro lançado no mundo todo e que no universo de Harry Potter era um tipo de enciclopédia dos animais daquele mundo.

Dirigido por David Yates, que comandou os últimos 4 filmes de Harry Potter, o longa mantém o mesmo tom mais sombrio das últimas histórias do bruxinho, mas mesmo assim não deixa de manter o clima divertido, cheio de piadas e grandes aventuras. A história gira em torno de Newt Scamander (Eddie Redmayne), um estudioso de animais mágicos que chega em Nova York sem grandes pretensões e acaba se envolvendo em uma grande confusão quando alguns dos animais de sua maleta escapam.

Rowling faz aqui sua estreia como roteirista e mostra que sua habilidade para contar histórias consegue ser encaixada no cinema também. O filme ganha ritmo aos poucos e envolve os expectadores com personagens cativantes e que tem cada um seu papel na trama, que começa apenas como uma aventura, mas que no fim serve para montar o cenário para esta nova franquia do universo bruxo. Vale lembrar que a autora confirmou a intenção de fazer 5 filmes.

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“Animais Fantásticos” é um deleite para os fãs do bruxinho, mas também não deixa de se preocupar para quem não acompanhou as histórias de Harry nos últimos anos. O começo pode parecer confuso para os novatos, mas a inserção do não-maj (expressão usada pelos americanos para quem não é bruxo, o mesmo que trouxa para os britânicos) Jacob Kowalski (Dan Fogler) ajuda a explicar grande parte do funcionamento deste mundo.

No fundo, o longa conta duas histórias. A primeira é simples, divertida e gira em torno da corrida de Scamander em tentar reunir seus animais fantásticos antes que eles causem problemas no mundo dos não-buxos. Enquanto isso, o tom mais sombrio do filme mostra as novas ameaças que devem conduzir esta franquia, no papel de Gellert Grindelwald (vivido por Johnny Depp), que já havia sido citado nos livros de Harry Potter. Apesar de não ser o vilão desta história, o filme já prepara o espectador para um antagonista tão forte quanto foi Voldemort.

Apesar da insistência de Hollywood em não largar suas grandes franquias – o que muitas vezes gera reboots ou continuações bem fracas -, “Animais Fantásticos e Onde Habitam” mantém a qualidade da série Harry Potter e expande ainda mais o universo criado por Rowling. Pode até não criar uma nova legião de fãs, mas a geração marcada pelo bruxinho ganhou mais alguns anos de novidades neste mundo mágico.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.