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A semana de 4 dias de trabalho foi testada e aprovada no Reino Unido: 92% das empresas que participaram do projeto-piloto, realizado entre junho e dezembro de 2022, vão manter o formato de trabalho mais curto.
O projeto “The 4-Day Week Global” (quatro dias por semana, em tradução livre) testa a modalidade de jornada que envolveu 2.900 funcionários de 61 empresas com atuação no país. Nela, o profissional recebe 100% do salário trabalhando 80% do tempo, em troca de um compromisso de manter 100% de produtividade (modelo que ficou conhecido como 100-80-100).
Empresas de diversos tamanhos e segmentos, como educação, bancos, tecnologia, recursos humanos e varejo, entre outros, participaram de forma voluntária dos testes. O relatório final do teste foi publicado no dia 21 e mostra que o modelo obteve grande aderência e será incorporado de forma definitiva por boa parte das corporações.
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Das 5 empresas que optaram por não manter o modelo de trabalho, 2 decidiram estender o período de teste e 3 pausaram o projeto temporariamente.
A média de receita das companhias participantes cresceu até 35% na comparação com os mesmos seis meses de anos anteriores. Além disso, o número de profissionais que deixaram as empresas caiu 57% durante o teste — um sinal de que o modelo mais curto de trabalho pode reter talentos.
Entre os funcionários, 90% afirmam que “definitivamente desejam continuar a trabalhar” neste formato de quatro dias por semana. Uma fatia de 15% vai além: afirma que nenhuma quantidade de dinheiro seria suficiente para eles aceitarem um próximo trabalho com cinco dias de expediente.
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Considerando o bem-estar no trabalho, 71% dos funcionários afirmam que tiveram uma redução nos níveis de burnout (estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado), 43% observam uma melhora na saúde mental, 39% se sentem menos estressados e 37% registram uma certa melhora física de saúde.
A ideia de redução de jornada é focar na produtividade e ter mais tempo de bem-estar. Outro efeito evidenciado ocorreu na jornada entre trabalho e vida pessoal: 60% dos funcionários relataram que conseguiram equilibrar mais o trabalho com responsabilidades em casa, incluindo o cuidado com os filhos.
No relatório apresentado neste mês não há menções sobre o lado negativo da iniciativa. O documento preliminar do estudo, divulgado em setembro de 2022, apontou que algumas empresas, sobretudo as que possuem culturas mais conservadoras, são menos flexíveis e têm líderes mais velhos, a modalidade exige muito mais esforço de adaptação.
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Diferença entre homens e mulheres
Juliet Schor, responsável pela pesquisa e professora do Boston College, afirma que os testes são muito positivos porque “mostram resultados estáveis em locais de trabalho de tamanhos variados, demonstrando que essa é uma inovação que funciona para muitos tipos de organizações”.
Dale Whelehan, CEO do “4-Day Week Global”, diz que a amostra produziu diferenças por gênero. Embora homens e mulheres se beneficiem da semana de quatro dias, a experiência das mulheres geralmente é melhor: elas apresentam mais evolução nos níveis de burnout, na satisfação com a vida e no trabalho, na melhora da saúde mental e na redução do tempo de deslocamento.
“O fardo dos deveres não relacionados ao trabalho parece estar se equilibrando, com mais homens assumindo uma parcela maior do trabalho doméstico e dos cuidados com os filhos durante a semana de quatro dias de trabalho”, disse o executivo.
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4 dias de trabalho pelo mundo
O projeto “The 4-DayWeek Global” tem sido testado em vários países: são 91 empresas e aproximadamente 3.500 trabalhadores em 6 países (Austrália, Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Nova Zelândia, além do Reino Unido).
Um novo relatório com os resultados de Australia e Nova Zelândia será publicado em breve. Empresas do Brasil e da África do Sul também passam por testes. O InfoMoney entrou em contato com a assessoria do projeto para obter mais detalhes do funcionamento do projeto em território nacional, mas não obteve retorno até esta publicação.
O “The 4-Day Week Global” conta com apoio da consultoria global Autonomy, além de auxílio de pesquisadores da Universidade de Cambridge, da Universidade de Oxford e do Boston College.
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