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A massa salarial total do Brasil caiu 18,8% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2019, aponta relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“Em 2022, a inflação é o fator negativo dominante na maioria dos países. Mas, em nenhum lugar, isso é mais visível do que no Brasil”, diz o documento divulgado nesta quarta-feira (30).
Os dados mostram que os rendimentos tinham sofrido declínio real no país em apenas dois anos, desde 2006 (-1,3% em 2015 e -2,0% em 2016). Mas, com a pandemia de Covid-19, a situação voltou a piorar.
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O Brasil, porém, não é exceção quando o assunto é a erosão salarial. A grave crise inflacionária, combinada com uma desaceleração mundial do crescimento econômico, impulsionada pela guerra entre Rússia e Ucrânia e pela crise global de energia, está provocando uma queda drástica nos salários reais em muitos outros países.
A avaliação da OIT é de que a crise está reduzindo o poder de compra das classes médias e atingindo de forma particularmente severa as famílias de baixa renda.
Segundo o relatório, os salários em termos reais (descontada a inflação) caíram 0,9% globalmente no primeiro semestre deste ano. Os salários não tinham variação negativa desde 2000.
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No caso do Brasil, essa desvalorização salarial foi ainda pior: uma queda de 6,9% entre janeiro e junho deste ano, segundo dados da OIT. Em 2021, a queda foi de 7%; e em 2020, de 4,9%.
Levando em consideração os efeitos da inflação nos salários, o poder de compra também está mais baixo nos países vizinhos, mas não tanto quanto se vê no Brasil: Colômbia teve uma baixa de 16,4% nos salários; Peru apresentou queda de 11,2%; México de 17,2%; Paraguai baixa de 14,6%; Equador de 2,2%. Com exceção da Colômbia, que considera o primeiro semestre de 2022 contra 2019, os dados consideram o primeiro trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2019.
“As múltiplas crises globais que estamos enfrentando levaram a um declínio nos salários reais. Isso colocou dezenas de milhões de trabalhadores em uma situação terrível, pois enfrentam incertezas crescentes”, afirma Gilbert Houngb, diretor-geral da OIT, no comunicado de divulgação do relatório.
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Na visão dele, a desigualdade de renda e a pobreza aumentarão, se o poder de compra dos salários mais baixos não for mantido. “Além disso, a tão necessária recuperação pós-pandemia pode ser colocada em risco”, avalia.
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