Redução de 50% no salário é a mais comum até agora; restaurantes e hotéis lideram negociações

Foram um total de 1.045 cláusulas, sendo que as mais negociadas foram a redução de jornada e salário

Giovanna Sutto

Bares vazios na hora do almoço, no Rio de Janeiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Bares vazios na hora do almoço, no Rio de Janeiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Com o avanço do coronavírus, empregadores e funcionários tiveram que se adaptar à nova rotina e aplicam acordos permitidos via medidas provisórias de flexibilização.

Até 16 de abril, mais de 1,7 milhão de trabalhadores já haviam sofrido corte de jornada ou tido seus contratos de trabalho suspensos, de acordo com o Ministério da Economia.

Entre as atividades mais afetadas pela pandemia, bares, restaurantes e hotéis lideram os acordos e convenções coletivas com 22% do total no país, segundo a pesquisa Salariômetro, elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O estudo foi realizado de março até 17 de abril, incluindo boa parte do período de quarentena.

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O setor de transporte, armazenagem e comunicação aparece logo atrás com 21,6% dos acordos, seguido de comércio atacado e varejista com 12,9%. Do outro lado, as atividades que menos negociaram algum tipo de medida foram a de vigilância e segurança privada.

Principais medidas dos acordos

Segundo o Salariômetro, foram um total de 1.045 cláusulas, sendo que as mais negociadas foram a redução de jornada (188) e salário (187), suspensão do contrato de trabalho (181) e antecipação de férias coletivas (109).

Ainda, das 400 negociações de redução de jornada, 36% delas definiram 50% de corte. No caso da redução de salários esse acordo também foi a maioria: 35,5% do total de 354 cláusulas cortaram 50% do salário do empregado. E na média, o tempo médio que os trabalhadores ganharão menos será três meses.

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O Ministério da Economia mostra que até 16 de abril, mais de 1,7 milhão de trabalhadores já haviam tido seus contratos suspensos ou sofrido redução de jornada no país – e lembra que quem teve corte na jornada e no salário vai receber o auxílio do governo equivalente a uma parte do seguro-desemprego que teriam direito se fossem demitidos, além do R$ 600 disponibilizados para trabalhadores intermitentes.

As medidas mais duras para o trabalhador e que incluem a redução de jornada e salários, além da suspensão de contratos foram apresentadas pelo governo na tentativa de mitigar os efeitos econômicos negativos na crise.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.