Escritório do C6 Bank na 9 de Julho tem churrasqueira e coworking em 8 mil m²

Contrato assinado pelo novo banco digital prevê um aluguel de R$ 600 mil em uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo

Paula Zogbi

Fachada do prédio do C6 na av. Nove de Julho
Fachada do prédio do C6 na av. Nove de Julho

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SÃO PAULO – O C6 Bank, mais novo banco digital em operação do Brasil, vai receber um investimento total de R$ 500 milhões do bolso de seus fundadores considerando o período que vai da sua concepção, em meados de 2018, até o final deste ano. Deste valor, a consultoria de mercado imobiliário corporativo Siila estima que cerca de R$ 15 milhões tenham sido usados para reformar o prédio onde o banco se acomodou: o número 3186 da Av. Nove de Julho, uma das mais movimentadas da cidade de São Paulo.

Fachada do C6 Bank
Fachada do prédio do C6 na av. Nove de Julho| Foto: Rogerio Albuquerque

Com 8 mil metros quadrados (sendo 5,3 mil de área útil), o prédio havia acabado de ser construído quando o C6 fechou contrato para ocupar todo o espaço por 10 anos. De acordo com as análises da plataforma SiiLA Brasil, empresa de pesquisa que monitora o mercado de imóveis comerciais, o aluguel desembolsado por um prédio inteiro de Classe A, como é o caso do Icon Jardins, ocupado pelo Banco e com localização na região Jardins, chegue à casa dos 600 mil mensais.

Para fechar o negócio, o InfoMoney apurou que houve um período de 10 meses de carência (em que o banco não teve de pagar aluguel) e, depois disso, os pagamentos terão descontos regressivos até o 37º mês. A mudança para o prédio foi no dia 8 de agosto do ano passado – ou seja, já se passaram pouco mais de 12 meses.

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O quadro de funcionários do banco recém-lançado já está em 590 pessoas e, segundo porta-vozes, deve saltar para 600 até o final de 2019. Na configuração atual, o prédio comporta 650 pessoas – o que cria dúvidas sobre as possibilidades de expansão física disponíveis, já que o ritmo de crescimento atual é muito forte. O banco não comenta o que pretende fazer quando atingir o limite de espaço.

Funcionários do C6 Bank trabalhandoi
Mesas de trabalho do C6 Bank já praticamente lotaram | Foto: Rogerio Albuquerque

O projeto arquitetônico de todas as áreas foi realizado a quatro mãos pelos sócios do banco e o escritório de arquitetura Perkins & Will. Segundo Fernando Vidal, arquiteto responsável pela obra interna como um todo, a ideia foi criar um ambiente “inovador, mas também eficiente”. “Esse tempero entre ser fun, mas não infantil, é bem importante”, diz, acrescentando que o prédio “tem uma elegância, mas não pode ser pedante”.

Andar de trabalho do C6 Bank
Parede curva com revestimento que simula fibra de carbono no C6

Fazem parte desse toque de elegância os elementos que lembram cadeias de carbono e revestimentos em determinadas paredes que lembram fibra de carbono. O elemento químico dá nome ao próprio banco (C é a letra que representa o carbono na tabela periódica e seis é seu número atômico).

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Conheça o espaço

O prédio é composto por oito andares. O primeiro tem entrada separada dos demais e comporta a aceleradora de startups e coworking Opp, composta por empresas que o C6 auxilia com mentoria e, eventualmente, investimentos. Verena Fornetti, porta-voz do banco, explica que os empreendedores que utilizam esse espaço acessam o prédio por uma entrada separada por questões de sigilo bancário.

Pessoas trabalhando no Opp
Pessoas trabalhando em sala do Opp, coworking e aceleradora do C6 | Foto: Rogerio Albuquerque

Entre o segundo e o sexto andares ficam as áreas de trabalho comuns. O arquiteto explica que foi criado um conceito de organização angular das mesas para gerar uma sensação de fluidez. “Você tem sua mesa individual, mas dessa forma você cria espaços coletivos que também são espaços de trabalho. É menos corredor e mais esses cheios de vazios”, explica Vidal.

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Todos os andares pares têm pequenos cafés, onde os colaboradores podem comprar alimentos, cervejas e outros itens variados através de um sistema próprio de pagamentos por QR Code. A ideia de não colocar cafés em todos os andares sugere que as pessoas circulem em ambientes diferentes e também conversem mais, de acordo com o arquiteto.

Grafite em parede do C6 Bank
Escada do C6 Bank com grafite representando “alegria” | Foto: Rogerio Albuquerque

O banco calcula que os funcionários consumiram entre 150 e 200 latas de cerveja (vendidas a R$ 3,50) todos os meses, além de 85 quilos de pó café. Nos meses quentes, foram consumidos 140 quilos de açaí, número que cai para 80 quilos nos meses de temperatura mais baixa.

Geladeira no C6 Bank
Geladeira com cerveja e outras bebidas no “Carbon Deli”, o café do C6
Espaço de café no C6 Bank
Carbon Deli, café no C6 | Foto: Rogerio Albuquerque

O sétimo andar do prédio é composto por salas de reunião – as quais estavam praticamente todas em uso no dia da visita do InfoMoney. Todas essas salas ficam dentro de espaços totalmente transparentes, mas é possível deixar os vidros opacos com apenas um botão caso necessário manter sigilo do assunto tratado.

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Mesa de reunião no C6 Bank
Mesa de reunião oval busca ideia de horizontalidade | Foto: Paula Zogbi

Os nomes das salas são elementos químicos, para “combinar” com a ideia do Carbono e as mesas de reunião são redondas ou ovais para diminuir a noção de hierarquia e criar um ambiente mais horizontalizado.

Sala de reunião no C6
Sala com nome de elemento químico | Foto: Paula Zogbi

O último andar é onde fica o “deli” maior, um auditório em forma de arena e as áreas de descompressão para os funcionários. Lá existe uma mesa de sinuca, variados videogames e uma área externa contendo churrasqueira e lareira. Todas as terças-feiras, as diversas áreas do banco fazem churrascos nesse espaço, que tem até chopeira própria.

Chopeira no C6
Máquina de Chopp no terraço do C6 | Foto: Rogerio Albuquerque
Área de descompressão do C6
Área de descompressão no oitavo andar | Foto: Rogerio Albuquerque

Dentro da tendência de sustentabilidade, o prédio do C6 também conta com bicicletário próprio e chuveiro para os funcionários que preferem ir de bike para o trabalho. No térreo, há uma espécie de praça de convivência, com rede de basquete e uma pequena horta. Se quiser, o funcionário pode levar temperos para casa (ou usar nos churrascos de terça).

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Churrasco no C6 Bank
Funcionários comem churrasco no C6 Bank | Foto: Rogerio Albuquerque
Terraço do C6 Bank
Terraço no oitavo andar do C6 Bank | Foto: Paula Zogbi

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney