Como ter propósito sólido na carreira (e quando é hora de dizer tchau)? Especialistas mostram o caminho

Elemento para mudar rota profissional — para quem está procurando novo alvo no trabalho — é a coragem, diz o consultor Giuliano Milan

Lucas Sampaio

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Propósito nem sempre é igual a reconhecimento e nem sempre o seu propósito vai estar no trabalho. Essas foram algumas das conclusões do painel “O que ninguém te contou sobre trabalho e propósito” na Expert XP (acesse este link para acompanhar as palestras online).

A palestra teve participação de Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page no Brasil; Tiago Reis, fundador e CEO da Suno; e Giuliano Milan, consultor, palestrante e escritor. A conversa foi mediada por Karel Luketic e Betina Roxo, ambos da XP.

Tiago Reis, fundador e CEO da Suno, falou sobre propósito e reconhecimento. “Propósito nem sempre é igual a reconhecimento. Se você quer palmas, vá trabalhar em circo”, disse Reis, que citou a plataforma Status Invest.

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“Muitas vezes, o que você vai construir muita gente vai reconhecer pelo uso. O Status Invest, por exemplo, muitas vezes as pessoas nem sabem que teve um trabalho por trás e não tem aquele reconhecimento. Mas o reconhecimento vem de outros caminhos. Se as pessoas estão usando mais, isso é um reconhecimento”, afirmou o CEO da Suno.

Karel Luketic, da XP, destacou que o propósito pessoal de alguém pode, inclusive, não estar no trabalho. “Seu propósito pessoal pode se encontrar com o seu trabalho ou não. Se não encontrar, procure o seu propósito em outro lugar”.

Coragem e ansiedade

Giuliano Milan, consultor, palestrante e escritor, citou o exemplo de atletas de alto rendimento, que são obrigados a se aposentarem compulsoriamente — e nem sempre se preparam para uma transição de carreira. “Tem muitos atletas com depressão, problemas pós-aposentadoria”.

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Milan destaca que o principal elemento para se fazer uma transição de carreira, para quem está procurando um propósito no trabalho, é a coragem. “A gente se acostuma às coisas ruins”.

“Se onde você está hoje não está legal, se você está insatisfeito. Se você não está feliz e quer dar um passo para fora disso…”, elenca o consultor, que trabalhou com técnicos e atletas de alto rendimento como Bernardinho e Bruninho, do vôlei. “Se você quer fazer uma transição de carreira, o principal elemento é a coragem”.

Ele afirmou também que a transição de carreira vai gerar ansiedade, mas é preciso saber controlá-la. “Vai gerar ansiedade porque você vai encontrar o novo. E ansiedade em níveis muito altos é toxico”.

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Mas o consultor destaca que uma transição de carreira pode envolver um grande propósito. “Esse ‘fogo’ mais forte te leva mais longe, inclusive para superar problemas, o cansaço e as dificuldades”. “Um propósito grande te dá o combustível”.

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Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.