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SÃO PAULO – Com a popularização do uso de tablets e smartphones, o setor de aplicativos móveis cresce a cada dia, movido pela alta procura de consumidores e empresas de tecnologia. No Brasil, apesar do mercado estar aquecido, faltam profissionais capacitados para desenvolver esses sistemas. O resultado? Jovens de 22 anos, sem graduação, podem ganhar uma média de R$ 8 mil por mês.
Essas constatações fazem parte do cotidiano do diretor-geral da incube, aceleradora de empresas de mobilidade, Alex Barbirato. Para ele, o mercado brasileiro se destaca ainda mais neste setor, uma vez que não sofreu tanto com a crise internacional, em comparação aos Estados Unidos e países europeus. “Atualmente, tem uma procura tão grande por esses profissionais, que até aqueles sem formação superior conseguem um alto cargo no mercado. Por dominarem as técnicas específicas, ganham mais”, analisa Barbirato.
Segundo Barbirato, profissionais de outras áreas já migram para o mercado de olho na remuneração. “Profissionais como web designers e programadores web já estão entrando no mercado de desenvolvedores de software de aplicativos, mesmo não sabendo ao certo todas as tecnologias para tal cargo – que são muito mais complexas. São outras linguagens de programação e conhecimento mais aprofundado de programação. Mesmo assim, muitos profissionais de web acabam se especializando porque há vagas sobrando neste mercado”.
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O editor de vídeo, Duane Rios, é um exemplo desse fenômeno. O profissional, que sempre trabalhou editando vídeos, decidiu enviar um aplicativo para a Apple após ter contato com a área onde trabalhava. “Na empresa, lançamos um livro sobre futebol, e no planejamento coloquei a opção de desenvolver um aplicativo personalizado de leitura do livro para iPad, a empresa aprovou e pagaram os cursos de programação e assim comecei a programar“, conta Rios.
Perfil do desenvolvedor de aplicativos
Os profissionais deste mercado são, em média, jovens de 20 a 32 anos e prestadores de serviço. “A maioria destes profissionais não é empreendedora, porque, além das empresas pagarem muito bem seus funcionários, eles são PJ [Pessoa Jurídica] e podem trabalhar com diversas outras empresas”, afirma Barbirato.
O desenvolvedor de aplicativos também precisa ter conhecimentos de linguagens de programação específicos para dispositivos móveis. Eles podem se especializar em cursos técnicos ou, se optar por uma formação, realizarem algum curso na área de TI (Tecnologia da Informação). Mas Barbirato afirma que muita gente aprende na prática e rapidamente entra no mercado.
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“Programa é diferente de construir um prédio. Se o prédio cair, a carreira do engenheiro está acabada. Mas se o software não der certo, o desenvolvedor pode reajustá-lo ou simplesmente começar outro projeto”, ressalta Barbirato sobre as vantagens da carreira.
Investimentos e salários
Além de ter boa compreensão sobre programação, um desenvolvedor de aplicativos tem de desenbolsar certa quantia para empresas que compram os aplicativos móveis, como a Apple, Android e BlackBerry. “Tem uma barreira financeira na área, pois se o profissional quiser vender seus aplicativos para a Apple, por exemplo, deverá ter um Macintosh (computador da marca), conhecimento de línguas (a programação é em inglês) e ter dinheiro para documentação e emissão de certificados. Normalmente as empresas são bem burocráticas”, afirma o diretor.
Rios gastou em média US$ 99,00 para conseguir o certificado da Apple e assim que não foi aceito, a empresa o reembolsou. “Foi a parte mais tranquila do processo, em pouco tempo o valor foi estornado na fatura do cartão de crédito”, revela o editor.
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Contudo, o investimento vale a pena. Segundo o diretor, jovens recém-formados ou que nem têm graduação podem ganhar R$ 8 mil por mês, como desenvolvedor para android, e um estagiário ganha R$ 2 mil. “Já paguei R$ 15 mil para um profissional. O governo e as empresas privadas estão investindo na área. Esta carreira ainda vai crescer muito”, prevê Barbirato.
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