CFP? Saiba tudo sobre a certificação que diferencia os profissionais do mercado financeiro

Além de uma prova, profissional precisa ter cinco anos de experência, graduação e saber elaborar um plano financeiro

Martha Alves

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A CFP (Certified Financial Planner) é uma das certificações mais cobiçadas pelos profissionais do mercado financeiro. Também é muito difícil de ser obtida porque exige do interessado, além da aprovação em uma prova, mais alguns critérios, como:

Osvaldo Cervi, vice-presidente do Conselho de Administração da Planejar, diz que a CFP é uma certificação internacional que não é regulatória, mas as empresas já reconhecem que o profissional que a possui tem um diferencial competitivo no mercado financeiro.

“É uma certificação difícil de ser conquistada. Ela garante que o profissional tem um conhecimento profundo”, explica Cervi sobre a CFP, que tem apenas 8.700 profissionais certificados no Brasil — uma pequena parcela dos cerca de 205 mil certificados em 26 países.

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O vice-presidente da Planejar acredita que a demanda pela certificação deve crescer nos próximos anos com o aumento do empreendedorismo no país.

Ao menos 10 mil candidatos fazem anualmente as provas da Planejar, mas apenas 15% conseguem ser aprovados. Eles devem responder a 140 questões interpretativas de múltipla escolha sobre temas como:

Apesar dos vários cursos online disponíveis no mercado, a Planejar disponibiliza um extenso guia com orientações de estudo para o exame.

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O candidato pode escolher entre duas modalidades de provas presenciais: a completa com duração de 7 horas ou dividida em seis módulos com tempo que varia de 40 minutos a 2h40. A prova completa custa R$ 1.600, um módulo sai por R$ 615 e dois módulos custam R$ 430, cada um.

A Planejar aplica três exames por ano e quem optar pelos módulos deve fazer em um intervalo de 24 meses, tempo de validade de cada um deles. Para ser aprovado, o candidato deve ter índice de acerto igual ou superior a 70% no total das questões do exame, além de 50% de cada módulo.

A aprovação na prova não é garantia da certificação, Cervi destaca que nem todos os candidatos têm as condições necessárias para obter a CFP. Isso ocorre porque o profissional precisa ter cinco anos de experiência no atendimento à pessoa física – a entidade não aceita qualquer experiência no mercado financeiro. “Um trader que trabalha em uma mesa há 20 anos não tem a experiência necessária para a CFP porque ela é uma certificação de relacionamento”, diz.

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O vice-presidente da Planejar diz que muitos profissionais com menos de cinco anos de experiência fazem a prova e esperam o tempo que falta para serem certificados. Após aprovação no exame, o candidato precisa ainda fazer um curso da certificadora e apresentar um planejamento financeiro de um cliente. “Ele tem que mostrar que sabe fazer o plano financeiro para obter a certificação”, enfatiza Cervi.

A conquista da certificação

Formada em Economia e com pós-graduação em neurociência e comportamento, Wanessa Chememian Dermendjian, 43, superintendente de RH do Banco Safra, obteve a CFP da Planejar em 2022. Mas ela conta que sentia falta há muito tempo de uma capacitação que validasse a sua experiência construída ao longo de 25 anos no mercado financeiro.

Wanessa Chememian Dermendjian, 43, superintendente de RH do Banco Safra

“Hoje, eu faço desenvolvimento de treinamento para várias áreas [do banco] e achei importante ter a certificação para poder fazer a curadoria de conteúdo das capacitações com mais qualidade e profundidade.”

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Wanessa diz que a certificação, apesar de não ser uma exigência, trouxe um respaldo técnico e selo de qualidade ao trabalho que ela desenvolve hoje. A profissional revela também que conquistou mais segurança, credibilidade e qualidade no trabalho com o aprendizado intenso em consequência da certificação.

“A CFP tem um impacto importante de chancelar, habilitar [o meu trabalho]. Ela me abriu portas importantes com alguns executivos com os quais eu tinha necessidade de trabalhar um conteúdo para capacitações mais técnicas”, diz Wanessa.

Para ser aprovada na prova da CFP, Wanessa conta que fez cursos preparatórios online e adotou uma disciplina de estudo de duas horas por dia durante oito meses. Mesmo com tanta dedicação, ela não passou de primeira na prova completa, que tem sete horas de duração.

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“A prova do CFP sempre foi difícil, mas eu peguei a mudança dela que impactou em um módulo específico e por conta disso eu não consegui [ser aprovada]. Eu eliminei alguns módulos [na primeira prova] e decidi aproveitá-los fazendo a segunda prova modulada”, conta.

Wanessa alerta os futuros candidatos que a prova de certificação é uma verdadeira maratona. Ela afirma que quem vai prestar o exame precisa ter, além de uma boa preparação técnica com muitas horas de estudo, muito equilíbrio emocional para não ser vencido pela fadiga. “De repente você fez um módulo que não vai tão bem, pode afetar o emocional e isso comprometer [o restante da prova].”

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Martha Alves

Jornalista e Mestre em Comunicação. Foi repórter nos jornais Folha de S. Paulo e Agora São Paulo e acumula experiência em comunicação corporativa