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SÃO PAULO – O diretor de Recursos Humanos de uma grande empresa queixa-se de falta de motivação. Ele conta que todos os gestores da organização são convidados a participar de reuniões, com exceção dele. Como se não bastasse, o presidente costuma chamar para o almoço apenas os diretores de TI (Tecnologia da Informação), Finanças e Vendas.
Quando ele pensa que algo está errado, recebe o seguinte feedback do presidente: “O projeto estava ótimo, não tenho o que falar!”.
Situações como a descrita não surpreendem. “O que percebo, atualmente, é que os gestores são cada vez mais cobrados e pressionados, de maneira que acabam muito focados em determinados projetos ou tarefas, esquecendo de olhar o todo. Logo, eles não direcionam o colaborador nem redirecionam”, explica o especialista em Recrutamento da Robert Half, Fabiano Kawano.
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Outras razões
Na realidade, existem inúmeros motivos para que alguém acabe no esquecimento. “Às vezes, é o próprio perfil do gestor, menos comunicativo. Outros simplesmente não procuram entender as preocupações de seus subordinados. Há ainda o caso de gestores que se sentem ameaçados e não dar atenção é a forma que encontraram de ‘boicotar’ o profissional”, analisa.
Existem ainda outras duas hipóteses. Na primeira, o gestor não entende de determinado assunto, de forma que não consegue agregar ao trabalho. Por exemplo, um profissional de Marketing é promovido a líder de toda uma unidade, de uma empresa formada basicamente por engenheiros, que são profissionais extremamente especializados. É natural que ele tenha dificuldade de ajudar e dar feedback a seus subordinados, porque falta o conhecimento técnico.
É possível ainda que o gestor esteja minimizando a importância de determinado projeto ou área da empresa. Voltando ao início desta reportagem, no exemplo citado, entre todos os diretores, o gestor de RH era o único que não recebia a mesma dose de atenção, o que pode ter sido causado pela falta de conhecimento do presidente quanto à importância da área de Recursos Humanos.
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O problema é a falta de motivação que isso causa. Além disso, segundo o especialista da Robert Half, ficar duas semanas sem direcionamento algum pode ser um “tiro no pé”, em qualquer segmento de atuação.
O que fazer
Se você se sente de escanteio no ambiente de trabalho e, ultimamente, não tem recebido nem mesmo críticas, no lugar de se sentir desmotivado, adote uma postura proativa e tente alinhar suas expectativas às da empresa. “No momento em que o gestor atribuir alguma tarefa ou projeto, peça para que esclareça o que ele quer que seja feito, como, os objetivos, e também que estabeleça os resultados mensuráveis esperados e datas para feedback”, recomenda Kawano.
“Se o projeto vai ficar pronto na segunda-feira, pergunte ao gestor: quando você poderia conversar sobre os resultados, na terça ou na quarta? Essa técnica dá uma falsa noção ao interlocutor de que está no comando”.
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