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SÃO PAULO – Com a pandemia instalada desde março no Brasil, grande parte das empresas vem lidando com mudanças organizacionais e desafios financeiros.
Nesse contexto, uma pesquisa realizada pela Grant Thornton Brasil, empresa especializada em consultoria e auditoria, em parceria com a Culture for Performance, empresa especializada em projetos de cultura organizacional, apontou que adaptabilidade, conectividade digital e atitude positiva são as três novas prioridades para as empresas.
A pesquisa foi realizada com dois mil colaboradores, em todas as regiões do Brasil, entre 19 de junho e 29 de julho, e procurou entender como a pandemia impactou as organizações e sua cultura.
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Antes da pandemia, o valor ‘atingir objetivos’ era o mais relevante para as empresas, com 31% dos votos dos entrevistados, seguido de comprometimento (23%), crescimento na organização (22%) e, adaptabilidade, para apenas 22%. Contudo, durante a Covid, as prioridades das empresas mudaram.
A adaptabilidade triplicou de importância, subindo para a primeira posição. Também entraram na lista dos dez valores mais importantes alguns que não constavam antes, como conectividade digital (29%), atitude positiva (25%), bem estar (23%), cautela (20%), entre outros.
Veja:
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Valores pré-Covid | Nível de importância | Valores com Covid | Nível de importância |
Atingir objetivos | 31% | Adaptabilidade | 63% |
Comprometimento | 23% | Conectividade digital | 29% |
Crescimento da organização | 22% | Atitude positiva | 25% |
Adaptabilidade | 21% (436 votos) | Redução de custos | 24% |
Ética | 21%(436 votos) | Aprendizagem contínua | 23% (486 votos) |
Aprendizagem contínua | 19% (408 votos) | Bem-estar dos funcionários | 23% (474 votos) |
Assumir riscos | 19%(408 votos) | Comprometimento | 21% |
Agilidade | 19%(408 votos) | Cautela | 20% |
Alianças estratégicas | 17% (363 votos) | Compartilhar informações | 19% (397 votos) |
Redução de custos | 17% (360 votos) | Comunicação aberta | 19% (393 votos) |
Para Ronaldo Loyola, sócio da área de Capital Humano da Grant Thornton, o resultado está alinhado com o contexto que o país e as empresas estão enfrentando em 2020.
“Durante a crise da Covid, as empresas estão tendo que se adaptar mais rapidamente, acelerando a digitalização do seu negócio. Além disso, aumentou a importância da aprendizagem e há uma grande demanda por bem-estar e por comunicação transparente e com significado”, explica ele.
Além disso, a atitude positiva também tem grande importância em um momento de crise: apesar das dificuldades, lideranças e times que mantêm uma visão otimista alinhada à estratégia saem na frente, conforme aponta o estudo.
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Como é possível observar, alguns valores como atingir objetivos, crescimento da empresa, ética, assumir riscos e agilidade estão sendo menos prioritários durante a pandemia.
Caio Brisolla, sócio da Culture for Performance, afirma que a mudança não aponta que as empresas deixaram de lado os valores pré-pandemia, mas sim que elas tiveram que redirecionar suas prioridades para sobreviver em um momento delicado como o atual.
“As empresas estão assumindo poucos riscos e as decisões são mais lentas. Os objetivos para o ano tendem a ser revistos e a agenda de crescimento perdeu força. Por outro lado, alguns itens que às vezes geram dispersão de energia dentro das organizações perderam força, como burocracia, controle e hierarquia”, avalia.
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Segundo o estudo, boa parte do aprendizado das empresas durante a pandemia contribuirá para a retomada daqui para frente. A pesquisa aponta que seis dos valores mais vivenciados durante a Covid também são requisitados após a crise: adaptabilidade (52%), bem estar (30%), conectividade digital (27%), aprendizagem contínua (26%), atitude positiva (25%) e comunicação aberta (22%).
Mas, no momento pós-crise, duas outras prioridades voltam a aparecer no top 5 para os entrevistados: alianças estratégicas (29%) e agilidade (28%).
Brisolla ressalta que as transformações que estamos vivenciando vão deixar lições importantes para os líderes, liderados e para as empresas.
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“Os desafios impostos pela pandemia mostraram que as lideranças precisam ser desenvolvidas para se adaptar ao ‘novo normal’ e que não é mais possível contar apenas com suas experiências passadas. Também há uma clara demanda para que as organizações sejam mais humanas e se preocupem genuinamente com o bem estar das pessoas. Paralelamente, as empresas vão precisar investir mais consistentemente em melhorias e cada vez mais buscar soluções criativas”, afirma.
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