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Tônica da Marisa daqui para frente será melhora de margem, diz CEO

Para João Nogueira Batista, nova fase da companhia será de ganho de eficiência, produtividade e otimização

Lucinda Pinto

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“Desta vez, parece que o mercado entendeu.” Foi assim que o CEO das Lojas Marisa, João Nogueira Batista, reagiu à constatação de que a ação da companhia AMAR3 fechou em alta de 0,90%, na sessão após a empresa anunciar um prejuízo líquido de R$ 196,4 milhões, 92,4% maior do que o observado em igual período do ano passado. “A última linha veio ruim, mas nós mostramos uma mudança estrutural na companhia, e agora a perspectiva é excelente”, afirma.

O que o mercado achava que era um “problemaço”, segundo o executivo, era a falta de acesso a crédito, tanto junto ao mercado financeiro quanto a fornecedores. Esse problema, afirma o CEO, foi superado. A nova tônica agora, afirma, é a “cultura de performance”: melhora da margem da operação.

João Nogueira Batista, CEO da Marisa (Divulgação)

A Marisa fechou, nos últimos meses, 89 lojas que não eram lucrativas. Agora, com a situação financeira equacionada, o foco será investir no parque de 245 lojas, de forma a melhorar a relação venda por metro quadrado. “Vamos voltar a investir em marketing, na experiência do cliente”, resume.

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O terceiro trimestre refletiu o esforço da companhia de colocar a casa em ordem. Sem acesso a crédito, a empresa precisou negociar diretamente com fornecedores e locadores dos imóveis – conjunto de empresas que também foram afetadas pela crise do varejo. E isso comprometeu a capacidade desses fornecedores entregarem os produtos já no fim do segundo trimestre e ao longo do terceiro.  A consequência foi uma queda das vendas no conceito mesmas lojas de 36%.

A despeito dessa situação – que está 95% normalizada, segundo Nogueira Batista -, o ponto de destaque do balanço veio da redução de despesas. E, principalmente, da mudança na dinâmica de crédito e capital de giro. “Essa foi a grande novidade conquistada no trimestre passado”, diz o executivo.

A empresa conta com a captação de cerca de R$ 310 milhões por meio de parcerias, entre elas com a Credsystem, sendo R$ 220 milhões já garantidos para 2023 e outros R$ 90 milhões previstos para o ano que vem. Nessa cifra, está contabilizada ainda uma linha de crédito de R$ 65 milhões junto ao BTG, dando como garantia seus direitos creditórios, que somam cerca de R$ 800 milhões. Com isso, a companhia conseguiu zerar a dívida bancária de curto prazo e alongar o perfil do seu endividamento.

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“O terceiro trimestre é a consequência planejada do que era necessário fazer. Mas isso ficou para trás. A nova fase será de ganho de eficiência, produtividade e otimização”, resume Nogueira Batista.

Concorrência

A ameaça das asiáticas, importante pedra no sapato das varejistas de moda brasileiras por causa da isenção do imposto de importação concedida pelo governo, preocupa menos o executivo neste momento. Isso porque ele diz estar convicto de que a tarifa será restabelecida. “Ouvi isso do próprio ministro da Fazenda, não tenho por que trabalhar com um cenário diferente desse”, afirma.

Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.