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Santander aumenta seletividade na concessão de crédito para grandes empresas

CEO diz que banco prioriza rentabilidade e atribui queda na carteira à retomada do mercado de capitais

Mitchel Diniz

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A carteira de crédito para grandes empresas do Santander Brasil (SANB11) registrou contração pelo segundo trimestre consecutivo. Entre julho e setembro deste ano, a cifra do segmento large corporate foi de R$ 138,9 bilhões, 0,6% menor que a registrada no segundo trimestre. Ao final de abril, o volume estava em R$ 141,66 bilhões, após avanço de 6,7% em relação ao final do ano passado.

Essa retração pode ser explicada por dois fatores: a retomada do mercado de capitais e uma maior seletividade por parte do próprio banco. “A gente tem sido super seletivo em fazer rentabilidade. Não estamos preocupados com número de clientes, eu quero crescer, mas não abrir mão de ROE”, afirma Mário Leão, CEO do Santander, durante a apresentação dos resultados trimestrais do banco.

Ao mesmo tempo, a retomada de operações no mercado de capitais acabou , de certa forma, substituindo parte das concessões de crédito para esse perfil de companhia. “O mercado de capitais no primeiro trimestre estava muito fechado e crescemos bastante em grandes empresas nesse período”, afirma Leão.

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Mario Leão, CEO do Santander Brasil

Essa retração não preocupa, afirma Leão, uma vez que o banco tem atuação expressiva também com essas ofertas.

“A gente tem um papel importante de colocador [de ofertas]”, diz o CEO. Segundo ele, o Santander está entre os três principais realizadores de fusões e operações (M&As) do país.

Leão avalia que o mercado de ações continua muito desaquecido e não espera por mudanças dramáticas. Ele acha difícil haver alguma oferta inicial de ações (IPO) ainda este ano e vê a perspectiva de um volume “relativamente baixo” das ofertas secundárias.

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“A gente imagina que, com um ambiente mais estável de mundo – mais até que de Brasil – volte a ter IPO’s e mais ofertas”, diz o executivo. “[O mercado de] dívida já está forte, principalmente os papéis incentivados, que voltaram com muita força”.

Em relação a pequenas e médias empresas (PME), a ambição do banco é dobrar o negócio a médio prazo, por expansão da base e principalidade. Hoje, a carteira de crédito PME é menos que a metade do large corporate e encerrou o terceiro trimestre em R$ 64,9 bilhões. A cifra é 3,1% maior que a registrada no trimestre anterior e representa um crescimento anual de 6,5%.

De acordo com Leão, a busca por uma maior participação de empresas menores no portfólio do banco faz parte de uma estratégia de diversificação e o banco deve continuar buscando por incrementos de 2% a 4% nos próximos trimestres.

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“Não sabemos quando vamos dobrar o negócio, mas em alguns anos vai acontecer. As PMEs não são apenas tomadoras de crédito, elas têm bastante liquidez. Cobram, pagam, tem folha de pagamento”, diz o CEO do Santander Brasil.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados