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Oito anos depois de iniciar a produção de etanol de segunda geração (2G) em uma planta erguida na Usina Costa Pinto, em Piracicaba, a Raízen (RAIZ4) vai inaugurar no dia 28 de setembro mais uma unidade do gênero, desta vez na Usina Bonfim, em Guariba, também no interior de São Paulo. Fruto de investimentos de cerca de R$ 1,2 bilhão, a nova fábrica tem capacidade para 82 milhões de litros por ano.
O 2G, também chamado de etanol celulósico, é produzido a partir de resíduos como palha e bagaço da cana, que passam por hidrólise enzimática, fermentação e destilação. É considerado um biocombustíveis ainda mais sustentável que o etanol “tradicional”, de primeira geração, por usar matéria-prima que seria descartada e emitir até 15 vezes menos carbono na atmosfera. Daí porque a Raízen, maior empresa sucroalcooleira do mundo, considera o 2G fundamental para fortalecer seu papel na transição energética global.
Segundo Ricardo Mussa, CEO da companhia, além da unidade que será inaugurada na Usina Bonfim. outras quatro já estão sendo erguidas – duas deverão estar concluídas no ano que vem – e mais três estão contratadas. Todas seguem o mesmo padrão de investimentos, tecnologia e capacidade das primeiras. Até a safra 2030/31 serão 20 em operação no total, reforçou o executivo durante o Cosan Day, evento para analistas e investidores realizado ontem na capital de São Paulo.
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A melhora da performance do 2G na Usina Costa Pinto tem animado a Raízen a avançar nessa frente. No primeiro trimestre desta safra 2023/24, encerrado em junho, a produção do biocombustível na unidade de Piracicaba alcançou 7,7 milhões de litros. Mussa acredita que a partir da temporada 2025/26 o etanol celulósico começará a apresentar geração de caixa expressiva, o que vai ajudar a bancar os novos investimentos previstos até 2030/31.
Até lá, realçou o executivo, a geração de caixa tende a ser favorecida pelo incremento do rendimento dos canaviais e pelo avanço da produção de açúcar, cujas cotações estão elevadas nos mercados externo e doméstico. Para analistas, o período de preços altos poderá durar algumas safras por causa da redução da oferta da Índia, segundo maior país exportador da commodity, depois do Brasil. Nesta temporada a Índia está enfrentando problemas climáticos, mas, além disso, reduziu estruturalmente a produção de açúcar para ampliar o uso de etanol.
Se a produção de açúcar e etanol 1G é considerada a primeira onda do setor sucroalcooleiro e a geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana foi a segunda, a terceira onda inclui o etanol 2G e o biogás. E a quarta onda está se formando. Nela surfam produtos avançados como SAF (combustível de aviação), hidrogênio verde, bioplástico e amônia verde, novidades que estão no foco da Raízen.
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A empresa encerrou o primeiro trimestre da safra com receita líquida de R$ 48,8 bilhões, 26,3% menos que no mesmo período do ciclo anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recuou 10,6% na comparação, para R$ 3,265 bilhões, enquanto o lucro líquido ajustado caiu 51,5%, para R$ 527 milhões. Os resultados foram influenciados pela queda dos preços do etanol no mercado doméstico.
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