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Plano da 99 é atrair motoristas com argumento da eletrificação

Empresa espera que eletrificação seja diferencial frente à concorrência na atração de colaboradores

Iuri Santos

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Com uma frota elétrica ainda pequena frente à sua operação, a 99 está preparando o terreno para atrair mais motoristas com o argumento de redução de custos na eletrificação. À frente da Aliança pela Mobilidade Sustentável, a empresa traçou um plano de cinco anos para começar a colher os frutos dos investimentos nessa modalidade de transporte e tem a China como referência.

O plano não é longo à toa. Hoje, a 99 tem apenas 1.700 motoristas que dirigem veículos elétricos. A expectativa é de que o número evolua para 10 mil em 2025 — e diversas das parcerias feitas junto às empresas da Aliança pela Mobilidade têm esse objetivo. Entre elas, uma espécie de subsídio para que motoristas aluguem carros elétricos (desde que estejam adesivados com a logo da empresa e o selo de sustentabilidade).

Mas o reforço de marca não é o único intuito. A enxuta quantidade de carros elétricos atual serviu para pôr à prova projeção feita pela empresa, de que o custo operacional dos elétricos para motoristas reduziria 80%. Os dados recolhidos nos “road tests” comprovaram a hipótese, especialmente quanto a combustível e manutenção, afirma o diretor sênior de inovação e líder de DriverLAB na 99, Thiago Hipólito.

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O plano da 99 é atrair e engajar mais seus motoristas com a ideia de aumentar a renda líquida e tentar melhorar sua posição frente à concorrência. “Dele estar mais próximo. Senão ser exclusivo, preferir a 99 como parceira”, explica Hipólito. 

A aposta tem como base os resultados alcançados pela DiDi Chuxing, empresa chinesa controladora da 99. Na sua operação da China, entre 60% e 70% dos carros na plataforma são elétricos e 90% dos novos veículos que entram no aplicativo também. Hoje, o país asiático lidera a adoção desse modelo no mundo.

No Brasil, apesar do constante aumento de vendas, ainda há um longo caminho a se percorrer. Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a participação de mercado dos eletrificados leves (o que inclui 100% elétricos e híbridos) em outubro foi de 4,6%. No acumulado de outubro, a venda de eletrificados já foi 36% superior ao mesmo período do ano anterior.

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“A quantidade de motoristas com veículos elétricos que temos hoje ainda é pequena. Fazer todo esse ecossistema girar ainda é um investimento”, diz Hipólito. A empresa não abre quanto investe especificamente na sua estratégia de eletrificação, mas afirma que ela consome uma boa fatia dos R$ 250 milhões investidos na área de DriverLAB nos últimos três anos.

A princípio, São Paulo foi escolhida como a cidade modelo para a ampliação de frota e deve permanecer assim até 2025, quando oportunidades podem ser exploradas em outros locais. A 99 não diz quanto a capital representa para sua operação nacional, mas afirma que ela está entre as quatro cidades prioritárias da companhia, junto com Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.