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Parte do grupo SouthRock, Eataly desiste de pedido de Recuperação Judicial

SouthRock já não havia incluído o Subway no pedido de proteção contra credores; agora, centro gastronômico de luxo em SP pediu para deixar processo

Lucas Sampaio

Unidade do Eataly em São Paulo, na avenida Juscelino Kubithscheck. Espaço tem 4,5 mil m², mais de 8 mil produtos, 6 restaurantes, cafeterias, confeitaria e sorveteria, além da maior adega de vinhos italianos da América Latina (Foto: Divulgação)
Unidade do Eataly em São Paulo, na avenida Juscelino Kubithscheck. Espaço tem 4,5 mil m², mais de 8 mil produtos, 6 restaurantes, cafeterias, confeitaria e sorveteria, além da maior adega de vinhos italianos da América Latina (Foto: Divulgação)

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O Eataly, centro gastronômico de luxo na Avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo, desistiu do pedido de Recuperação Judicial feito junto com outras empresas do grupo SouthRock (que também gere as marcas Starbucks, Subway e TGI Fridays no Brasil).

O pedido foi feito na quarta-feira (15) pelo escritório TWK Advogados (Thomaz Bastos, Waisberg e Kurzweil), que representa a SouthRock e suas empresas coligadas, na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.

Ainda não há uma decisão sobre os pedidos — nem da RJ da SouthRock e suas empresas relacionadas nem da desistência do Eataly.

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O pedido de recuperação judicial do grupo, que alega R$ 1,8 bilhão em dívidas, foi feito no dia 31 de outubro. O juiz Leonardo Fernandes dos Santos negou o pedido de imediato, alegando falta de elementos técnicos, e determinou uma perícia sobre a real situação da empresa.

A solicitação de proteção contra credores foi feita semanas após a matriz do Starbucks nos Estados Unidos cassar a licença da SouthRock para representá-la no Brasil, por conta de seguidos problemas no pagamento de royalties.

Caso a saída do pedido seja confirmada, o Eataly se juntará ao Subway, que não foi incluído no pedido de RJ da SouthRock. Para o advogado Gabriel de Britto Silva, especializado em direito empresarial, o movimento pode indicar uma tratativa de venda da empresa, fora da RJ.

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O advogado afirma também que o pedido de desistência ainda é possível, pois não houve uma decisão sobre a recuperação judicial (seja o deferimento ou o indeferimento) e que o pedido de tutela antecipada não foi acolhido completamente.

Outro processo

A gestora também enfrenta um outro processo na Justiça, na 18ª Vara Cível de São Paulo, da Fundação Cásper Líbero. A fundação tenta despejar a SouthRock de seu prédio icônico na Avenida Paulista, onde também funcionam a faculdade e a TV Gazeta, pois a empresa deve mais de R$ 3,3 milhões em aluguéis, água, luz, internet e condomínio, entre outras despesas.

Fundada em 2015, a SouthRock se especializou no desenvolvimento de restaurantes de aeroportos, por meio da Brazil Airport Restaurants (BAR), e grandes marcas consolidadas fora do Brasil, como Starbucks, Subway, Eataly e TGI Fridays.

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A gestora fechou um acordo de licenciamento com o Starbucks em 2018, para ser operadora exclusiva das unidades da marca no país, e em maio de 2022 assumiu a gestão do Subway — que não foi incluído no pedido de RJ.

Lucas Sampaio

Jornalista com 12 anos de experiência nos principais grupos de comunicação do Brasil (TV Globo, Folha, Estadão e Grupo Abril), em diversas funções (editor, repórter, produtor e redator) e editorias (economia, internacional, tecnologia, política e cidades). Graduado pela UFSC com intercâmbio na Universidade Nova de Lisboa.