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Para Morgan Stanley, perspectivas para captações externas em 2024 são positivas

Em 2023, empresas brasileiras captaram US$ 13,6 bilhões, em treze operações

Lucinda Pinto

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Com a captação externa de US$ 500 milhões  pela CSN, concluída ontem, o volume de emissões de dívida no exterior por empresas brasileiras alcançou US$ 13,6 bilhões em 2023, distribuídos entre 13 operações.  Esse volume ficou acima do que se viu em 2022, quando foram captados US$ 3,9 bilhões por meio de oito emissões – mas aquém da média anual recente de operações, de cerca de US$ 20 bilhões, e também do que o mercado chegou a prever nos primeiros meses do ano. Para Gustavo Siqueira, Managing Director do Morgan Stanley, há boas razões para acreditar que a atividade desse mercado seja retomada com mais vigor em 2024, tanto por parte de companhias que precisam rolar suas dívidas como por novos emissores.

Siqueira afirma que o mercado de dívida corporativa internacional já vem dando sinais de melhora, especialmente nos Estados Unidos. “O mercado vem mostrando evolução e temos visto novas empresas acessarem o mercado “, afirma. A retomada dessa movimentação, no entanto, acontece em um novo nível de preço, já que o juro dos Treasuries é que baliza as operações. O entendimento de que esse novo nível de preço “veio para ficar” é que tem encorajado as companhias a voltarem a acessar.

 No caso brasileiro, o que se viu este ano é que empresas de baixo risco – como é o caso de CSN, Braskem e Minerva –  emitiram a taxas na casa dos 8%. “Há um entendimento de que esse juro vai ficar alto por mais tempo, e um pragmatismo por parte das empresas que precisarão rolar suas dívidas”, afirma Siqueira.

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Prédio do Tesouro dos EUA em Washington (Samuel Corum/Bloomberg)

No início de 2023, havia uma expectativa de que o mercado de dívida internacional fosse mais ativo. Mas a guerra no Leste Europeu, as notícias negativas sobre instituições financeiras na Europa e, sobretudo, os dados de inflação mais fortes, que fizeram os juros dos Treasuries disparar, impediram esse movimento. “Havia dificuldade em saber qual o preço certo para a operação”, explica.

Nos últimos dias, parece ter havido uma acomodação do ambiente, e os emissores devem voltar ao mercado, inclusive os chamados “first time issuer”, companhias que ainda não fizeram emissão de bonds e que, portanto, não têm ainda um parâmetro de preço testado.

Segundo fontes ouvidas pelo IM Business, a operação da CSN é uma demonstração de que essa melhora do mercado está em curso,  mas também de que o investidor segue seletivo.  A companhia emitiu um bond de sete anos a uma taxa de  8,875%, o equivalente a um spread de 450 pontos-base em relação ao Treasury de prazo equivalente. A demanda foi de três vezes o book.

Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.