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A agência de classificação de risco Fitch soltou comunicado nesta sexta-feira (1) no qual classificou como preocupante o iminente colapso de uma mina de sal-gema da Braskem em Maceió, capital do Alagoas. A possibilidade de desabamento do solo afetou cinco bairros que tiveram de ser evacuados às pressas no município. A agência entende que o colapso da região pode impactar “significativamente os fluxos de caixa da Braskem” e pressionar seus ratings, uma vez que a iminente tragédia socioambiental poderá aumentar o número de ações judiciais contra a companhia e impactar sua capacidade de acessar o mercado de capitais para financiamento.
Atualmente, a Fitch classifica a petroquímica com IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Inadimplência do Emissor) de Longo Prazo ‘BBB-’, com Perspectiva Negativa, e Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’, Perspectiva Estável. O atual cenário-base da Fitch não pressupõe desembolsos relativos a ações judiciais além dos anunciados para o horizonte avaliado. A projeção considera pagamento de R$ 7,5 bilhões (US$ 1,5 bilhão) até 2025, R$ 3 bilhões dos quais em 2023 e 2024 e R$ 1,5 bilhão em 2025. Em setembro, a Braskem reportava R$ 18,5 bilhões (BRL3,4 bilhões) em caixa, o que, segundo a agência, seria “suficiente para cobrir esses passivos e pagar o serviço de sua dívida até 2027”.
“A Fitch entende que a nova ação, de R$ 1 bilhão, contra a Braskem, está em fase inicial e precisa seguir o processo judicial apropriado, que pode levar meses até ser finalizado. A Fitch monitorará o caso e não considerará o pagamento da ação até a empresa ser oficialmente obrigada a pagar a penalidade”, aponta o texto. A análise aponta que o fluxo de caixa de financiamento da companhia deva ficar negativo em R$ 4,5 bilhões em 2023 e R$ 3,5 bilhões em 2024. “Para 2025, esperamos que o FCF se torne positivo em aproximadamente R$ 1 bilhão.”
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Em agosto, a agência revisou a perspectiva da Braskem para “Negativa” devido à probabilidade de a alavancagem permanecer elevada, em torno de 12 vezes, por mais tempo do que o esperado. No período anualizado, encerrado em setembro, a relação dívida/Ebitda da companhia ficou em 14 vezes, ante 5,2 vezes em 2022. “Uma nova ação de rating negativa pode resultar, entre outros fatores, da permanência do índice de cobertura de juros abaixo de 1,0 vez e de FCF negativo na baixa do ciclo, que resulte em maior necessidade de dívida”, apontou.
A agência finaliza a análise dizendo acreditar na capacidade da empresa para ajustar sua estratégia de investimentos para preservar o fluxo de caixa de financiamento. “Isso pode resultar de redução de investimentos, otimização do capital de giro, venda de ativos não essenciais ou de novas parcerias para aumentar a produtividade”, conclui.
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