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Muffato desembarca em São Paulo e mira expansão no Estado

Grupo fundado no Paraná investiu R$ 60 milhões para inaugurar sua primeira loja na capital paulista

Felipe Mendes

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Em um investimento avaliado em cerca de R$ 60 milhões, o grupo de supermercados Muffato inaugura na manhã desta quarta-feira (22) sua primeira operação na cidade de São Paulo. Sob a bandeira Max Atacadista, o empreendimento é a quarta conversão pela companhia paranaense entre os 16 imóveis que pertenciam ao grupo holandês Makro, que deixou o país recentemente. Localizada no Butantã e com mais de 24 mil metros quadrados de área construída, a unidade reforça o objetivo do Muffato de ganhar escala na maior cidade do país. A ideia do grupo é encerrar o ano com 104 lojas em atividade.

A operação começou a nascer em janeiro, quando o Muffato adquiriu 16 imóveis e 11 postos de combustíveis do grupo holandês. A companhia, que já atuava em algumas cidades do interior do Estado, viu a saída do Makro do país como uma oportunidade para ganhar terreno na cidade de São Paulo a um bom custo — os valores envolvidos no negócio, no entanto, não foram revelados. “Estamos fazendo uma transformação total nos imóveis que adquirimos do Makro. Destas 16 lojas compradas, nós tínhamos algumas unidades com décadas de vida. A loja de São Bernardo do Campo, por exemplo, abriu em 1973. São cinquenta anos de operação. Então, tem sido um projeto trabalhoso”, diz Ederson Muffato, diretor do grupo, ao IM Business.

Ederson Muffato, diretor do Grupo Muffato: foco do atacarejo será no consumidor final (Divulgação)

O objetivo das conversões, segundo o executivo, é apostar em unidades de atacarejo modernas, com foco no consumidor final — outrora, era comum que as redes de atacarejo mirassem as pequenas e médias empresas como público-alvo. Para atender melhor ao consumidor, a loja terá “cara de supermercado”, com adega, bazar, hortifruti, padaria, açougue e autoatendimento. “Enquanto o Makro era mais voltado ao B2B, no pequeno comerciante, o nosso foco é no consumidor final. O nosso DNA é de supermercado, que é a nossa bandeira mais antiga. Estamos trazendo tecnologia com autoatendimento e implementando isso no atacarejo, mas, claro, sem sair do formato de baixo custo”, complementa o executivo.

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Além da bandeira de atacarejo, Ederson Muffato aponta que, após a maturação das unidades abertas no Estado, a ideia é trazer outras bandeiras para São Paulo. Além do Max Atacadista, hoje o grupo detém lojas das bandeiras Super Muffato, de supermercados; Super Muffato Gourmet, voltado para um público de classe média alta; e uma operação MGo, formato 100% autônomo do grupo localizado em Curitiba (PR). “Claro que a expansão de outros formatos vai estar nos nossos planos, mas num primeiro momento a gente está, até pela localização e pelo tipo das lojas que adquirimos do Makro, abrindo com a bandeira Max Atacadista”, diz ele. Contudo, a expansão para outras regiões do país está descartada por ora. “A gente está com muito espaço para crescer em São Paulo. Cidades como Campinas, Sorocaba, São José dos Campos, o ABC, Guarulhos, Piracicaba e a capital são estratégicas para nós.”

Loja da Max Atacadista, bandeira do Grupo Muffato, em São Paulo (Divulgação)

Para 2024, o grupo prefere fazer projeções mais moderadas. Segundo o diretor do grupo, diante das adversidades relacionadas ao potencial de consumo da população, a ideia é retroceder à média história no nível de abertura de lojas: entre cinco e seis novos pontos de venda. “A deflação tem sido um novo desafio para nós. Ao mesmo tempo em que está tendo deflação nos produtos que nós vendemos, os nossos custos estão permanecendo altos. Estamos observando um descompasso em relação a isso. Então, está sendo um ano mais desafiador para defender os nossos resultados”, diz Muffato. Segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados, o Muffato é o sexto maior grupo supermercadista do país, com um faturamento estimado em R$ 12 bilhões.

Embora não pretenda realizar o processo de abertura de capital em um futuro próximo, o executivo revela que a empresa está se estruturando para promover uma melhor governança corporativa e não descarta uma empreitada do tipo no futuro. “Não temos planos de ir para a bolsa, mas estamos fazendo alguns trabalhos internos sobre gestão e governança. Estamos fazendo alguns movimentos internos para que, se algum dia pensarmos em seguir por esse caminho, a gente já tenha algumas coisas mais adiantadas em relação a isso”, completa.