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Nos últimos três anos, o Grupo Salta (ex-Eleva), de educação básica, passou por diversas mudanças de planos: adiou um IPO, vendeu um sistema de ensino, comprou mais de 50 escolas da Vasta, do Grupo Cogna, e saiu do setor de escolas premium, com a negociação da bandeira Eleva. Com isso, precisou, também de um novo nome, identidade e foco.
A meta para 2023 é terminar o ano com 40 novas escolas, que vão demandar um investimento de R$ 240 milhões, além de investimentos em operações de M&A. Com essa expansão, o grupo educacional prevê chegar a 2024 com 210 escolas, mais de 120 mil estudantes e uma receita líquida de R$ 2,1 bilhões.
A história do Grupo Salta
A história do Grupo Salta começou no casamento de Bruno Elias, um ex-aluno e professor da escola Pensi. No auge do evento, e depois de algumas taças de champagne, o Elias, que tinha convidado professores e diretores da antiga escola para o evento, falou sobre como a educação tinha mudado a sua vida – e o impacto que ela poderia ter na vida de muitas outras pessoas, se a empresa crescesse e escalasse seu modelo de negócio.
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A mensagem foi recebida com entusiasmo e, quando Elias voltou da sua lua de mel, foi convidado (e convencido) pelos ex-diretores a deixar um emprego no mercado financeiro para tomar a dianteira do projeto de crescimento da escola.
“Quando cheguei para o primeiro dia de trabalho e pedi a folha de professor, com as escalas dos profissionais, recebi, do professor de química que também era o ‘CFO’ da empresa, um caderno. Cada folha era um dia e ao final de cada mês, eles calculavam quanto tinham que pagar para cada professor”, relembra Elias, em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo. “Pensei: vou ter muito trabalho por aqui. Por outro lado, qualquer coisa que eu fizer aqui, vai dar um ‘upside’ gigante”, afirma.
Hoje, segundo estimativa do executivo, há 43 mil escolas privadas no Brasil e muitas delas ainda usam sistemas analógicos de gerenciamento. “Por incrível que pareça, a educação básica ainda é um setor muito pouco sofisticado em termos de gestão. Ainda é muito comum você encontrar professores excelentes na sala de aula, que entregam um produto de excelência para os alunos, mas que não têm nem tempo suficiente nem formação para se dedicar à gestão”, diz.
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Em 2011, com o crescimento da empresa – que ainda se chamava Pensi –, ela passou a ser assediada por fundos de investimento. “Tivemos algumas conversas com fundos, mas para fechar uma parceria, eu queria alguém que tivesse experiência em educação e estivesse focado em longo prazo. E isso foi difícil de encontrar”, afirma. Apenas em 2013, foi fechado um acordo com a Gera Capital, que tem Jorge Paulo Lemann entre seus investidores. “O Gera tinha comprado um concorrente meu no Rio de Janeiro, o Elite. Então, neste momento, com a entrada do Gera e do Elite, nasceu o Eleva Educação. E o Pensi assumiu a gestão”, diz. Durante nove anos, a Duda Falcão, do Gera, assumiu o papel de co-CEO, junto com Elias.
Mudança de rota
Entre o final de 2020 e começo de 2021, o então Grupo Eleva estava na fila dos IPOs, mas surgiram interessados em adquirir a parte de sistema de ensino do negócio. “Decidimos dobrar a aposta nas escolas [adquirindo a Saber, um grupo que tinha metade da receita do então Grupo Eleva] e sair do business de sistema de ensino”, afirma. “Tivemos que abrir mão do IPO para isso”, afirma.
Ainda em 2021, a empresa fez mais um movimento ousado de estratégia e reposicionamento. Naquela época, a companhia tinha duas grandes frentes de negócio: as escolas de excelência, que representavam cerca de 80% a 85% do faturamento da companhia; e as escolas globais e de referência, com ticket médio entre R$ 4 mil e R$ 7 mil. Nesse segundo grupo, estava a Eleva, uma escola de referência para o sistema de ensino, que levou um ano e meio entre o momento de concepção da ideia até a chegada do primeiro aluno, em 2016. “A meta era ter 120 alunos no primeiro ano e 360 no terceiro. No ano 1, tivemos 300 alunos e no terceiro tivemos 3.400. Superou qualquer expectativa”, afirma Elias.
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Embora tenha tido muito sucesso, o crescimento desse segundo negócio bateu em um teto. “A gente precisava internacionalizar. Fomos para fora e vimos que não seria fácil entrar no mercado internacional. Então, decidimos vender. A gente tem que ter humildade para reconhecer até onde a gente pode chegar”, diz. “Foi uma decisão por foco”, resume.
Hoje, o grupo está em todas as regiões do Brasil mas tem apenas 2% de market share. Por isso, todo ano a companhia fecha ao menos duas aquisições. “A beleza do case é essa: a gente pode continuar crescendo durante muito tempo. Conseguimos montar uma máquina de achar boas escalas, integrar essas escolas e oferecer mais serviço e qualidade para os pais”, afirma o executivo.
As lições de crescimento do Grupo Salta e de seu cofundador e CEO Bruno Elias são o tema do episódio desta quarta-feira (13) do podcast Do Zero ao Topo. O programa está disponível em vídeo no YouTube ou em áudio nas principais plataformas de streaming como ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox e Amazon Music.
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Sobre o Do Zero ao Topo
O podcast Do Zero ao Topo entra no seu quinto ano de vida e traz, a cada episódio, um empreendedor(a) ou empresário(a) de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio.
O programa já recebeu nomes como o Fernando Simões, do Grupo Simpar; Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre; o empresário Abílio Diniz; Rodrigo Galindo, chairman da Cogna; Paulo Nassar, fundador e CEO da Cobasi; Mariane Morelli, cofundadora do Grupo Supley; Luiz Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; e contou dezenas de histórias de sucesso. Confira a lista completa de episódios do podcast neste link.
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